Desaparecidos

Existe uma infinidade de espécies de bichos em nosso planeta, mas, infelizmente, muitas delas estão ameaçadas de extinção. Apesar dos esforços para preservá-los, alguns animais que existiam na época em que você nasceu foram extintos e já não estão mais por aí.

A brasileiríssima ararinha-azul não existe mais na natureza, apenas em cativeiro. (foto: Robert01 / Wikimedia Commons/ (a href=http://creativecommons.org/licenses/by-sa/2.0/br/)CC-BY-SA-2.0-DE(/a))

A brasileiríssima ararinha-azul não existe mais na natureza, apenas em cativeiro. (foto: Robert01 / Wikimedia Commons/ (a href=http://creativecommons.org/licenses/by-sa/2.0/br)CC-BY-SA-2.0-DE(/a))

Oficialmente, nenhuma espécie brasileira foi considerada extinta na última década. Porém, o biólogo Ugo Vercillo, do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade, lembra de casos como o da ave limpa-folha-do-nordeste, que não é vista desde 2011 e pode entrar em breve na lista de espécies extintas.

“Outros bichos desapareceram pouco antes desse período, como o pássaro caburé-de-pernambuco, sumido desde 2002”, lamenta. “Além disso, o número de animais ameaçados no país ainda é grande.” Há também casos como o da ararinha-azul, ave brasileira que hoje só existe em cativeiro.

Ugo disse à CHC que é possível que mais espécies desapareçam antes de nossos leitores completarem vinte anos, devido a uma ameaça muito difícil de ser combatida: a introdução de espécies invasoras  em diferentes locais. “Elas acabam competindo por alimento ou predando espécies nativas”, explica.

Fora do Brasil, diversos animais foram declarados extintos nos últimos anos, como o sapo-dourado, o passarinho po’ouli (do Havaí), o golfinho-lacustre-chinês (que vivia no rio Yang-Tsé) e o rinoceronte-negro-ocidental (da África Ocidental). E pode haver mais, já que outras espécies há tempos não são avistadas.

O biólogo Clinton Jenkins, da Universidade do Leste do Estado do Tennessee, nos Estados Unidos, explica que nem sempre é fácil perceber uma extinção. “É difícil notar quando uma espécie desaparece, ela apenas deixa de ser observada na natureza”, afirma. “A maioria delas desapareceu devido à ação humana, pela caça, poluição e destruição de seus habitats.”

De volta à vida?

Segundo o botânico David Roberts, da Universidade de Kent, na Inglaterra, os cientistas têm buscado alternativas para salvar os animais da extinção. Ele relembra o caso do ibéx-dos-pirenéus, animal da mesma família das cabras, cujo último representante morreu em 2000.

“Os cientistas recorreram à clonagem para tentar salvar a espécie: antes da morte do animal, coletaram amostras de seu DNA e depois as implantaram em óvulos de uma cabra comum, que deu à luz um filhote da espécie extinta, um clone”, conta. “Infelizmente, ele morreu minutos depois do nascimento devido a problemas nos pulmões.”

O biólogo Craig Hilton-Taylor, da União Internacional para Conservação da Natureza, acha possível que, no futuro, a técnica permita clonar todo tipo de animal. “Mas nossa prioridade são as espécies em risco, como ursos polares, gorilas da montanha, baleias brancas e lobos guarás, para aumentar suas populações e ajudar na preservação”, diz.

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