Vitamina C

“Vitamina C e cama!” Quem é que nunca ouviu essa expressão ao manifestar os sintomas de gripe ou resfriado? Pois a importância da famosa vitamina C (ou ácido ascórbico) para o organismo é muito maior. E é bom saber que, embora os vegetais e a maioria dos animais consigam produzi-la a partir da glicose – um açúcar simples que ingerimos nas frutas como uva e outros doces, por exemplo –, humanos, macacos, morcegos que se alimentam de frutas, porquinhos da índia e diversas espécies de peixes (como a truta e o salmão) não são capazes de produzir esse composto e precisam se alimentar direitinho para consegui-lo.

Dois porquinhos-da-índia

O porquinho-da-índia, como os seres humanos, não produz vitamina C. As rações elaboradas para alimentação destes bichinhos, portanto, devem ser suplementadas com esta vitamina (Foto: Wikimedia Commons)

Sozinha ou em conjunto com a vitamina E, a vitamina C atua como um dos mecanismos de defesa contra determinadas forma modificadas do oxigênio (chamadas de espécies reativas de oxigênio) que são produzidas durante a fotossíntese e a respiração. A vitamina C nos protege desse oxigênio nocivo, impedindo-o de modificar o DNA (a molécula que guarda a informação genética), as proteínas e as membranas celulares, o que poderia levar à morte das células.

Além de seu papel antioxidante, a vitamina C também estimula a absorção de ferro pelo organismo, participa na formação de uma proteína chamada colágeno –responsável por unir e fortalecer os tecidos que constituem os animais –, melhora a cicatrização e estimula o sistema imunológico, proporcionando mais resistência contra as infecções. Há suspeitas, ainda não comprovadas, de que ela possa também reduzir o risco de câncer e doenças cardíacas.

A carência de vitamina C pode provocar o escorbuto, uma doença que, se não for tratada, causa perda de massa óssea, formação inadequada de colágeno, hemorragia, perda de dentes, cansaço e até morte. Esta doença era comum entre os marinheiros que participavam das viagens oceânicas que tiveram início no século 15 e, algumas vezes, provocava a morte de grande parte da tripulação. A doença ocorria devido à alimentação pobre em vitamina C – geralmente, nos navios, o que se comia eram biscoitos e carnes secas ou defumadas. A partir do final do século 18, quando os navios passaram a contar com suprimento adequado de laranjas, o problema foi solucionado.

Talvez pela sua participação na prevenção do escorbuto entre os marinheiros, a laranja ficou por muito tempo com a fama (não merecida) de ser a melhor fonte de vitamina C. Hoje, sabemos que outras frutas possuem uma concentração de vitamina C muito maior do que a da laranja. O camu-camu, uma fruta do norte do Brasil, é o primeiro da lista, seguido pela acerola, pelo araçá e pelo caju.

Camu-camu, na árvore e em sementes

O camu-camu (‘Myrciaria dubia’), uma planta típica da região Norte do Brasil, é campeão em vitamina C (Foto: Eduardo Suguino)

De qualquer forma, uma coisa é certa: para ingerir quantidades adequadas de vitamina C, é importante sempre incluir vegetais e frutas frescas nas suas refeições. Vai um suco de acerola ai?