Um ano atrás, O nome dos bichos fazia sua estreia na CHC On-line. E já que estamos falando de aniversário, que tal conhecermos as histórias por trás dos nomes dos jabutis, bichos campeões em soprar velinhas?
Os jabutis formam um grupo de tartarugas que passam o tempo todo na terra e não na água. Justamente por isso, suas patas são adaptadas a uma vida de caminhadas e possuem a forma de colunas, lembrando as patas de elefantes.
Atualmente, os cientistas conhecem cerca de 60 espécies de jabutis no mundo. Mas a caça ilegal e a destruição dos habitats onde esses animais vivem fez com que algumas espécies desaparecessem para sempre, e quase todas as outras estão ameaçadas de extinção.
A palavra “tartaruga” tem origem no termo grego tartaroukhos, que significa “que ocupa o Tártaro”. Na mitologia grega, o Tártaro ficava no interior da Terra, e era o local onde os deuses aprisionavam seus inimigos.
Persistentes e coloridos
No Brasil, existem apenas duas espécies de jabutis: o jabuti-piranga e o jabuti-tinga. A palavra “jabuti” tem origem na língua indígena tupi e quer dizer “o que é persistente”, ou, talvez, “o que não bebe”. O motivo é simples. Mesmo sendo vagarosos no seu caminhar, esses animais conseguem andar por longas distâncias e podem ficar muitas semanas sem comer ou beber água. Mas não se engane, pois, apesar disso, os jabutis precisam de água sim, que pode ser obtida diretamente dos alimentos, como pequenos animais, e, principalmente, frutas e folhas suculentas.
O jabuti-piranga e o jabuti-tinga ganharam seus nomes dos indígenas que falavam tupi justamente por causa da cor das escamas de suas cabeças e membros. Piranga quer dizer “vermelho”, enquanto tinga é “branco”. O curioso disso tudo é que o jabuti-tinga é amarelado e não branco!
Parece, mas não é
Os nomes comuns dos jabutis brasileiros você já conhece. Mas os cientistas os chamam pelos seus nomes científicos, que são bem diferentes. O jabuti-piranga foi batizado de Chelonoidis carbonaria, enquanto o jabuti-tinga ganhou o nome de Chelonoidis denticulata. Como você já sabe, os jabutis são um grupo diferente de tartarugas, adaptados à vida fora da água. E isso tem tudo a ver com o nome do gênero das duas espécies brasileiras, pois Chelonoidis, em grego, significa “parecido com uma tartaruga”.
O nome específico do jabuti-piranga, carbonaria, vem da palavra em latim que quer dizer “de carvão” ou “de brasa”. A origem disso está em suas escamas avermelhadas, que lembram a cor de carvão em brasa. Já o nome específico do jabuti-tinga não tem nada a ver com sua cor. A palavra denticulata, que significa “com pequenos dentes” em latim, foi usada para batizar esta espécie porque seus filhotinhos possuem escamas serrilhadas na região anterior da carapaça.
Por muito tempo, os jabutis brasileiros pertenceram ao gênero Geochelone, que, em grego, quer dizer “tartaruga da terra”. Mas hoje o nome Geochelone é usado apenas para alguns jabutis da África. As espécies do Brasil, como você já sabe, são agora do gênero Chelonoidis.
Gigantes ilhados
Na costa do Equador, na América do Sul, existe um arquipélago chamado Galápagos. Lá vivem jabutis gigantes, com mais de 1,2 metro de comprimento, que podem pesar 300 quilos! O interessante é que quase todas as ilhas de Galápagos possuem sua própria espécie de jabuti gigante, mas algumas, infelizmente, foram extintas pelos humanos no passado. Galápagos é o lar do jabuti mais famoso do mundo: o “Solitário George”, último sobrevivente da espécie Chelonoidis abingdonii, nativa da ilha de Pinta, também conhecida como Ilha de Abingdon (daí o nome científico deste tipo de jabuti).
O nome Galápagos tem origem em uma palavra em espanhol antigo cujo significado é “sela”. Isso porque a forma do casco de algumas espécies de jabutis do arquipélago lembra uma sela de cavalo, como a espécie do Solitário George, Chelonoidis abingdonii.