Quem já estudou um pouquinho de história antiga já ouviu falar de Alexandre, rei da Macedônia, sempre chamado “o Grande”. Não é por acaso que Alexandre passou para a História com este apelido: afinal, depois de seu pai ter conquistado quase toda a Grécia, em apenas 12 anos ele conquistou o poderoso Império Persa, a Síria e o Egito. Criou um dos maiores impérios de todos os tempos!
Alexandre foi educado por ninguém menos que o filósofo Aristóteles, tendo aprendido com ele política, ética, ciências naturais, medicina e geografia. Mas gostava mesmo era de luta e da arte de domesticar cavalos. Por isso, quando seu pai foi assassinado, no ano 336 antes da nossa era, ele assumiu o trono, organizou a cavalaria e partiu para a Ásia. O resto da história é conhecido: depois de todas as suas conquistas e de ter fundado, no Egito, a cidade que leva seu nome até hoje – Alexandria –, Alexandre voltou à Pérsia, onde morreu com apenas 33 anos, na cidade da Babilônia.
Desde o início de sua campanha militar, Alexandre já era uma lenda viva. Seus feitos viraram histórias contadas à noite, nas aldeias por onde passava. Muitos outros líderes da época queriam ser como ele. Dizem – mas até hoje ninguém provou — que morreu tão jovem porque teria sido assassinado por um rival.
Que Alexandre foi um dos maiores nomes da Antiguidade, disso ninguém duvida. Mas quem disse que ele era “o Grande”?
Vários historiadores até hoje debatem o assunto. Mary Beard, professora de Cultura Clássica da Universidade de Cambridge, na Inglaterra, argumenta que a expressão foi usada pela primeira vez pelos romanos, 150 anos depois da morte de Alexandre. E mais: ela diz que a maioria das histórias escritas sobre suas fantásticas conquistas foram colocadas no papel muito tempo depois de acontecidas, também por romanos, às vésperas de criarem seu próprio Império. É possível que os romanos tenham chamado Alexandre de “O Grande” porque também queriam ser como ele.
É possível, mas não sabemos com certeza. Quando estudamos história, sempre é bom duvidar das respostas para nossas perguntas. Por isso, na próxima vez que, na aula de História, você ouvir alguém dizer que Alexandre era “O Grande”, já pode responder com outra pergunta: quem disse?