Corais das mais diferentes formas, peixes grandes coloridos e tubarões cinzentos: essa é a imagem que a maioria das pessoas tem dos recifes de corais. De fato, esses ecossistemas abrigam diversas formas de vida marinha. Porém, muitas das espécies que vivem nos recifes de corais são pouco notadas até mesmo por mergulhadores experientes e atentos. Esse é o caso dos peixes criptobênticos!
Pois é, o nome é longo e esquisito, mas a origem da palavra diz muito sobre essas espécies. “Cripto” significa oculto ou escondido e “bentônico” se refere a espécies que vivem junto ao fundo dos mares ou de rios. Portanto, peixes criptobênticos são espécies de peixes pouco visíveis que vivem bem próximo ao fundo do mar.
Esses peixes são praticamente invisíveis aos nossos olhos por serem bastante pequenos, com poucos centímetros de comprimento. Por isso, encontrar um deles em um recife de coral é praticamente achar uma agulha em um palheiro! Com um tamanho tão pequeno e vivendo em um ambiente repleto de predadores, a maioria dos peixes criptobênticos vive em esconderijos: em pequenas cavidades dos recifes, dentro de esponjas, entre os ramos de lírios e ouriços-do-mar, corais, anêmonas… Opções de esconderijo não faltam quando se é tão pequeno!
Como se não bastasse o pequeno tamanho e o hábito de viverem escondidos, muitos peixes criptobênticos ainda não são notados por possuírem uma coloração que os confunde com o meio ambiente em que vivem: a chamada coloração de camuflagem. Assim, alguns peixes se parecem com pedaços de esponjas, outros com ramos de colônias de corais, ou até com pedaços de folhas e algas.
Apesar de pouco notados, os peixes criptobênticos são, de longe, o grupo de vertebrados mais abundante e diverso dos recifes de coral. Por esse motivo, os pequeninos são um alimento importante para muitos animais. Além disso, eles têm uma vida muito curta, ou seja, nascem, crescem, se reproduzem e morrem em poucas semanas, sendo continuamente substituídos por novos indivíduos. Uma verdadeira fábrica de “comida” para os predadores do fundo do mar! Afinal, de grão em grão, ou melhor, de peixinho em peixinho, os peixões enchem o estômago.