Você já ouviu falar na lenda do rei da ilha de Creta, aquele que aprisionou o Minotauro em um labirinto? É mais ou menos assim: quando assumiu o reino de Creta, na Grécia, Minos – um nome usado de forma genérica para reis, assim como a palavra “faraó” é usada para os soberanos do antigo Egito – teve que brigar com seus irmãos pelo direito de governar a ilha. Ele teve a ideia de pedir ajuda a Poseidon, deus do mar, que, confirmando que seria ele o escolhido, fez aparecer um bonito touro branco no mar.
Minos ficou tão encantado com ele que decidiu não oferecer o animal em sacrifício aos deuses do Olimpo, como seria esperado. As divindades, porém, ficaram tão furiosas que fizeram a esposa de Minos se apaixonar pelo touro. Da paixão entre os dois nasceu Minotauro, cabeça de touro, corpo de homem.
Com medo do monstro, Minos construiu um labirinto perto do palácio de Knossos, para escondê-lo, e assim continuou seu reinado. Mais tarde, quando os atenienses mataram seu filho Androceu numa guerra, Minos se vingou, ordenando que, a cada ano, fossem enviados sete rapazes e sete moças de Atenas para lutarem contra o Minotauro.
Um dia, um corajoso rapaz se ofereceu como voluntário para lutar contra o monstro. Era Teseu, filho de Egeu, rei de Atenas. Quando o jovem chegou a Creta, Minos duvidou que Teseu fosse mesmo quem dizia ser. E, jogando seu anel no mar, desafiou-o a recuperá-lo, para provar que estava dizendo a verdade. Teseu voltou com o anel. Em seguida, ajudado por Ariadne, outra filha de Minos, conseguiu entrar e sair ileso do labirinto, matando o Minotauro.
A história de Teseu não passa de lenda: até hoje, não se pode afirmar com certeza se ele existiu mesmo. O que sabemos sobre Teseu e o Minotauro está no livro Ilíada, de Homero, que relatou a história há cerca de 2800 anos.
Por outro lado, uma coisa é certa: o anel de Minos existiu!
Em 1928, um anel de ouro foi encontrado perto do Palácio de Knossos e levado imediatamente ao Instituto de Arqueologia Grega, com a suspeita de ter pertencido a Minos. Na época, no entanto, não houve consenso sobre a autenticidade do anel – alguns arqueólogos acharam que ele era verdadeiro, outros acharam que era falso. O caso acabou caindo no esquecimento e o anel, perdido.
Já em 2001, o anel foi encontrado novamente pelo herdeiro de uma casa em Creta, que achou-o colado na parede da lareira. O anel foi parar no Instituto de Arqueologia Grega mais uma vez e finalmente declarado autêntico. Ele foi feito há simplesmente 3500 anos e hoje está exposto no Museu Arqueológico de Heraklion, em Creta, pertinho das ruínas do Palácio de Knossos.