Impressões de Monet

Claude Monet

Claude Monet (1840-1926)

“Mãe, quanto tempo ele leva pra pintar isso?”, era a pergunta que sempre vinha à tona. Aquelas pinceladas largas, coloridas, meio disformes, pareciam ter sido feitas com pressa – era assim que eu, criança, via as pinturas de Claude Monet (1840-1926) mostradas pela minha mãe. Parecia que ele nem retocava os quadros!

É claro que eu só pensava isso quando olhava as obras de perto. Já de longe, tudo fazia sentido: os borrões viravam árvores, pontes, pessoas, flores, lagos. Eu achava incrível que ele conseguisse pintar quadros que pareciam tão iguais, sem ser. É o caso da série “Ninfeias”, em que cada pintura tem cores diferentes que retratam cada momento do dia.  Com Monet eu aprendi a diferença que a luz faz em uma pintura. Aliás, eu e todo mundo, a começar pela sociedade parisiense de fins do século 19.

Ninfeias

Na série “Ninfeias”, Monet retratou as mesmas flores em cores diferentes, de acordo com os momentos do dia.

Quando Monet expôs pela primeira vez a obra “Impressão, nascer do sol”, em 1874, aos trinta e quatro anos, alguns críticos não gostaram. Acharam que este tipo de pintura, feita de borrões, era coisa de preguiçosos que não tinham paciência para terminar seus quadros. E daí apelidaram o estilo de impressionismo. Esses críticos podem ter achado ruim, mas a ideia de que a pintura era resultado da impressão do pintor – e não de um retrato fiel da realidade – foi, aos poucos, se tornando muito popular entre os amantes da arte.

Monet pintava temas agradáveis, como jardins e flores. Ele pintava ao ar livre, sem misturar as tintas, com pincéis bem grossos. E se dedicava aos jardins como trabalhava nos seus quadros: tanto que, em 1883, quando comprou a casa onde morou até o fim da sua vida, em Giverny, na França, ele chegou a desviar o curso do rio para formar o lago e plantar as flores para que pudesse pintá-las.

Impressão, nascer do sol

A obra “Impressão, nascer do sol” é uma das mais célebres de Monet.

Tive a maior sorte de crescer em uma casa cheia de livros de arte, e, depois, de poder ver algumas dessas obras ao vivo. E, agora, quem mora no Rio de Janeiro também pode: basta ir ao Centro Cultural do Banco do Brasil, onde uma seleção de importantes obras do período do impressionismo estará exposta até o dia 13 de janeiro de 2013.

Quem não puder ir até lá pode encontrar as obras de Monet também virtualmente. Vale a pena, por exemplo, visitar a página do Museu d’Orsay, em Paris, que abriga boa parte das principais obras impressionistas. E, se você tiver só um minutinho, não deixe de assistir ao vídeo “Um minuto no museu com Claude Monet”!

Matéria publicada em 26.10.2012

COMENTÁRIOS

  • julio cezar ramos

    Boa tarde. Monet usava espátula ou só pincéis?

    abraço,

    Júlio Cézar

    Publicado em 12 de maio de 2021 Responder

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Keila Grinberg

Quando criança, gostava de visitar a Biblioteca Nacional, colecionar jornais antigos e ouvir histórias da época de seus avós. Não deu outra: hoje é historiadora e escreve para a coluna Máquina do tempo.

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