Multidões por todos os lados, ruas lotadas de veículos, barulho, prédios e muito concreto. Essa é a paisagem tipicamente encontrada nas grandes cidades de todo o mundo. Mas uma das maiores cidades brasileiras tem a felicidade de fugir um pouco a essa regra. A cidade do Rio de Janeiro, apesar de ter todas as características de uma metrópole, mantém em seu interior uma enorme riqueza: a maior floresta urbana do mundo!
O Parque Nacional da Tijuca preserva uma importante área de mata atlântica. Além de belezas naturais, abriga também a estátua do Cristo Redentor, um dos cartões postais mais famosos do Rio. Os atrativos – e também as trilhas, cachoeiras, grutas, mirantes e restaurantes – fazem deste o parque mais visitado do Brasil. Ele foi criado oficialmente em 1961, mas a história de preservação dessa área é bem mais antiga.
Se voltássemos no tempo uns 200 anos, em vez da exuberante floresta da Tijuca, o que mais veríamos naquela região seriam chácaras e fazendas, com suas grandes plantações de café. O desmatamento daquela área trouxe alguns problemas ambientais, principalmente o da escassez de água para abastecimento da cidade.
Dom Pedro II, então imperador do Brasil, tinha conhecimento da importância das matas para captar a água das chuvas e proteger os rios e mananciais. Por isso, iniciou em 1861 um projeto pioneiro de reflorestamento. Após o plantio de mais de 100 mil árvores e um longo processo de recuperação natural, a floresta se reestabeleceu, garantindo não apenas a proteção das nascentes, mas também a proteção das encostas contra erosões, a purificação do ar e o abrigo para muitas espécies da flora e fauna.
Até hoje, já foram registradas na Floresta da Tijuca mais de 1.600 espécies de plantas, sendo que mais de 400 são consideradas ameaçadas de extinção. Quanto aos animais, há cerca de 330 espécies entre aves, mamíferos, répteis e anfíbios, sem contar os muitos invertebrados, como insetos e aranhas.
Infelizmente, muitas outras espécies que existiam na região antigamente foram extintas, a exemplo de onças, jaguatiricas e algumas espécies de primatas. Mas a boa notícia é que um projeto desenvolvido no parque está trazendo de volta alguns desses animais. Nos últimos anos, já foram reintroduzidas no parque dezenas de cutias e um bando de macacos bugio. Essas duas espécies desempenham um importante papel ecológico na dispersão de sementes de grandes árvores e agora vão poder contribuir também com a recuperação e manutenção desse tesouro verde no coração da cidade!