Energia que vem do Sol

Olhe ao seu redor, bem aí dentro da sua casa. O que, no seu quarto, na sua cozinha ou na sua sala gasta energia? Computador, geladeira, televisão, ventilador, telefone celular, lâmpadas… Se você sair de casa e for dar uma volta, verá muitos outros exemplos: sinais de trânsito, escadas rolantes, esteiras de fábricas. Todas essas máquinas – e tantas outras presentes no nosso dia a dia – precisam de energia para funcionar, e essa energia precisa vir de algum lugar.

Muitas fontes de energia são (teoricamente) renováveis, isto é, não se esgotam, pois o que quer que tenha permitido extrair energia depois de algum tempo retorna à situação original, retirando energia de algum outro lugar. É assim, por exemplo, com os dínamos de faróis de bicicleta.

bicicleta

Pedalando, sua perna produz a energia necessária para alimentar o dínamo da bicicleta. Essa energia não é infinita, porque em algum momento você cansa e não aguenta mais pedalar e fazer a roda girar. Porém, se você descansar e se alimentar, em breve pode voltar a pedalar e fornecer a energia para o dínamo converter em energia elétrica e acender a lâmpada do farol da bicicleta (Foto: Claudio Olivares / Flickr / CC BY-NC-ND 2.0)

A energia elétrica que acende a lâmpada do farol da bicicleta é gerada pelo movimento da roda de trás da bicicleta. Ela transmite o movimento para uma engrenagenzinha que gira um ímã no gerador que existe no interior do dínamo. De onde a roda tira a energia para girar o dínamo? Da sua perna, ao pedalar. E como a sua energia chegou a você? Ora, por meio da alimentação.

A energia que agora move seu corpo estava armazenada nas ligações químicas das moléculas do alimento que você ingeriu, e foi colocada lá durante a fotossíntese, um processo em que as plantas usam a energia irradiada pelo Sol na forma de luz. Se você parar para pensar, a energia usada para acender o farol da bicicleta à noite começou com a luz do Sol, que você conseguiu fazer chegar até ali de uma forma bem complicada.

Pás de usina eólica

As usinas eólicas retiram energia dos ventos, que giram as pás de suas turbinas. O vento, no entanto, é o ar posto em movimento pelas variações de temperatura provocadas pelo fato de o Sol aquecer diferentemente pontos distintos da Terra. Portanto, novamente é a energia do Sol que faz a coisa toda funcionar (Foto: Wikimedia Commons)

Nas usinas hidrelétricas, o mecanismo também é parecido. Usamos um desnível num rio para obrigar a água a descer em velocidade e fazer girar as pás de uma turbina, que, por sua vez, fazem girar um ímã semelhante ao do gerador do dínamo da bicicleta, só que muito, muito maior. Ele produz a eletricidade, que é conduzida por fios até as nossas casas, ruas, estradas e fábricas.

Também é o Sol que permite manter funcionando essa engrenagem: é ele quem provoca a evaporação da água dos rios e oceanos. Com isso, surgem nuvens que levam a água de novo para o alto das montanhas na forma de chuvas que alimentam as nascentes dos rios que vão fazer funcionar as usinas hidrelétricas. Da mesma forma, o Sol permite a existência de vários outros mecanismos para gerar energia.

painel solar

A energia solar produzida em placas fotovoltaicas ou de aquecimento solar, obviamente, também vem do Sol, e o mais diretamente possível (Foto: Wikimedia Commons)

Felizmente, poderemos contar com a energia do Sol por vários bilhões de anos ainda, e essas fontes de energia vão continuar alimentando nossas casas, ruas e cidades. Porém, nem toda a energia que produzimos e usamos vem de fontes renováveis. Nossos estoques de petróleo e carvão mineral, por exemplo, levaram muito tempo para se formar e, se esgotarem, não será possível acumulá-los novamente – este é um dos principais problemas relacionados à produção e ao uso de energia, cada vez mais intenso na atualidade.