Chuva de meteoros

No final da primeira quinzena de agosto, tivemos o período de maior atividade da chuva de meteoros chamada Perseidas. Ela é chamada assim porque, ao observarmos o fenômeno, as estrelas cadentes, que não são estrelas de verdade, parecem vir da região do céu onde fica a constelação de Perseu, grupo de estrelas que homenageia o famoso herói da mitologia grega e é mais facilmente visível do hemisfério Norte.

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A chuva de meteoros Perseidas recebe esse nome porque surge na região do céu onde fica a constelação de Perseu, grupo de estrelas que homenageia o famoso herói da mitologia grega. (foto: Domínio Público)

Mas não se deixe enganar pelo nome chuva de meteoros. Não é como se estivessem chovendo milhares de estrelas cadentes sem parar. No período mais ativo de uma boa chuva de meteoros, a gente consegue ver uma ou duas estrelas cadentes riscando o céu a cada minuto. O que é bastante, mas não é como as gotas de chuva caindo numa tempestade, é claro.

É uma pena que este ano o pico de atividade das Perseidas tenha coincidido com uma Lua cheia, o que diminuiu a visibilidade das estrelas cadentes! Mas tudo bem, ano que vem tem mais.

O fenômeno acontece todos os anos, sempre nas mesmas datas, e é assim porque é nesta época do ano que a Terra, em seu movimento em torno do Sol, cruza a órbita do cometa Swift-Tuttle, um belo e grande cometa que dá uma volta ao redor do Sol a cada 130 anos. Ele só retornará para as vizinhanças do Sol, tornando-se visível para nós na Terra, no ano 2126, daqui a mais de um século. A boa notícia é que seus bisnetos poderão apreciar um belo show, já que os astrônomos acreditam que, em sua próxima aparição, ele se tornará visível a olho nu.

O fenômeno acontece todos os anos quando a Terra cruza a órbita do cometa (i) Swift-Tuttle (/i). (foto: Juan Manuel / Flickr / (a href= https://creativecommons.org/licenses/by-nc-sa/2.0/)CC BY-NC-SA 2.0(/a))

O fenômeno acontece todos os anos quando a Terra cruza a órbita do cometa (i) Swift-Tuttle(/i). (foto: Juan Manuel / Flickr / (a href= https://creativecommons.org/licenses/by-nc-sa/2.0/)CC BY-NC-SA 2.0(/a))

Ao percorrer sua órbita no espaço, todo cometa vai largando pelo caminho gás e pequenos grãos de poeira que vão se soltando dele. Esses fragmentos continuam espalhados ao longo da trajetória percorrida pelo cometa e, assim, quando a Terra cruza esse caminho, alguns desses pedacinhos caem em direção à sua superfície. Ao atravessar a atmosfera em grande velocidade, essas pedrinhas minúsculas são aquecidas pelo atrito com o ar e queimam rapidamente, brilhando contra o céu escuro. É isso que chamamos de estrelas cadentes ou meteoros.

Às vezes nos deparamos com alguns pedaços maiores que não são completamente queimados pela atmosfera e acabam atingindo o chão. O que sobra é um pedaço de rocha que não mudou desde o início da formação do Sistema Solar e que ganha o nome de meteorito. São objetos relativamente raros, portanto, e difíceis de encontrar, por isso alguns museus, como o Museu Nacional, no Rio de Janeiro, guardam orgulhosamente alguns meteoritos, especialmente se forem grandes.

Encontrado no interior da Bahia em 1784, o Bendegó é um dos meteoritos guardados em museu. Hoje, ele pode ser visto no Museu Nacional, no Rio de Janeiro. (foto: Yusuke Kawasaki / Flickr / (a href=https://creativecommons.org/licenses/by/2.0/ )CC BY 2.0(/a))

Encontrado no interior da Bahia em 1784, o Bendegó é um dos meteoritos guardados em museu. Hoje, ele pode ser visto no Museu Nacional, no Rio de Janeiro. (foto: Yusuke Kawasaki / Flickr / (a href=https://creativecommons.org/licenses/by/2.0/ )CC BY 2.0(/a))

Mas meteoritos muito grandes podem ser bem perigosos. Em 1908, numa região praticamente deserta da Sibéria, no norte gelado da Rússia, parece ter caído um meteorito grande o suficiente para fazer uma enorme cratera e derrubar as árvores da floresta de pinheiros em toda a sua volta.

No Brasil, algo semelhante parece ter acontecido no rio Curuçá, no Amazonas, próximo à fronteira com o Peru, em 13 de agosto de 1930, quando indígenas que moravam não muito longe disseram ter visto bolas de fogo caindo do céu, onde depois foi encontrada uma enorme cratera. A época do ano permite imaginar que o meteorito de Curuçá tenha sido um grande pedaço desgarrado do cometa Swift-Tuttle, que caiu durante as Perseidas daquele ano.