Se você fosse uma criança americana, estaria na semana passada em volta de uma grande mesa, com toda a sua família, comendo um imenso peru recheado. Não, ainda não é Natal! É que nos Estados Unidos – onde estou agora, depois de passar o dia de ontem comendo muito – comemora-se na quarta quinta-feira de novembro a festa de Thanksgiving, ou Dia de Ação de Graças. É o maior feriado nacional americano. E, como todas as datas comemorativas, Thanskgiving também tem sua historia.
Tudo começou em Plymouth, estado de Massachusetts, no inicio do século 17. Os colonos ingleses que viviam na região dependiam de boas colheitas para viver. Após um período de péssimas colheitas e muito frio, finalmente, no verão de 1621, a colheita de milho foi boa. Em comemoração, o governador da vila marcou uma grande festa para o outono, quando comeram patos, perus e outras comidas típicas da região, como abóbora e batata-doce.
Mas esta é só uma parte – a mais conhecida – da história. Thanksgiving é um feriado interessante porque celebra o primeiro encontro harmonioso entre índios nativos da região e os ingleses recém-chegados. Os ingleses estavam indo para lá porque desejavam morar em um lugar onde houvesse liberdade religiosa, coisa que não tinha na Europa daquela época. Eles chegaram em Massachussetts depois de uma viagem terrível.
Para surpresa de todos, os colonos foram recebidos por dois índios que falavam inglês. Um deles, Squant, da tribo Pawtuxet, tinha sido sequestrado por um marinheiro e vendido como escravo antes de fugir para Londres, onde aprendeu a língua e conseguiu voltar para sua terra. Ele teria sido um dos responsáveis por ensinar aos colonos a cultivar milho, a pescar e a evitar as ervas venenosas. Mais importante ainda, ele os teria aproximado da tribo de Wampanoag, com quem os colonos tiveram boas relações por mais de 50 anos.
Na primeira festa de Thanksgiving, contam hoje em dia os americanos, colonos ingleses e índios sentaram-se juntos à mesa para celebrar a fartura e a liberdade que começavam a viver na nova terra. Se tudo isso é verdade mesmo, não se sabe ao certo. Mas bem que poderia servir como exemplo de tolerância e harmonia para os dias de hoje.