Cara de tubarão, jeito de baleia

Tem pintas, mas não é peixe de aquário. É enorme e vive no mar, mas não é baleia. Não tem nada de violento e ameaçador, mas é um tubarão. Já acertou que bicho é esse? O maior peixe vivo do mundo, o tubarão-baleia, tem até 18 metros de comprimento, é dócil e nada lentamente pelos oceanos com a boca entreaberta, se alimentando principalmente de plâncton.

Esse peixão não fica parado e cruza até mesmo oceanos. Um dos lugares por onde costuma passar está no limite do território brasileiro: o Arquipélago de São Pedro e São Paulo, no meio do oceano Atlântico. Lá, alguns pesquisadores se encantaram por ele e criaram, em 2004, o Projeto Tubarão Baleia, financiado pela Fundação Boticário, para conhecê-lo melhor e entender sua preferência por esse conjunto de ilhas.

“Estamos tentando desvendar o mistério de por que o tubarão gosta tanto de lá”, conta o biólogo Bruno Macena, da Universidade Federal Rural de Pernambuco, um dos coordenadores do projeto. Cheio de nutrientes, o lugar parece ideal para ele se alimentar.

Até agora já foram vistos 136 tubarões-baleia no entorno do arquipélago, quinze deles foram identificados e cinco estão sendo acompanhados de pertinho. Os pesquisadores colocaram transmissores na pele dos animais, e ficam sabendo via satélite em que local, profundidade e temperatura eles estiveram.

As notícias mais recentes dos tubarões são que três deles, após passar pelo arquipélago, nadaram em direção ao continente americano e um rumo à África. Além disso, perto das ilhas, o segundo animal marcado – uma fêmea grávida – registrou o maior mergulho já registrado para essa espécie: quase dois quilômetros de profundidade a uma temperatura de 4°C.

Outro detalhe bacana sobre essa espécie é que ela pode ajudar vários outros animais, como o peixe-rei, o xaréu e a raia manta. “Quando o tubarão-baleia aparece, enorme, oferece proteção para muitos peixes que fogem de predadores”, diz Bruno.

Apesar de tudo isso, os mergulhos incríveis dos tubarões-baleia estão ameaçados por causa da pesca predatória que ocorre no Oceano Índico, onde eles também passeiam. Assim, projetos de conservação desta espécie são cada vez mais importantes!

Matéria publicada em 21.09.2011

COMENTÁRIOS

  • mellina

    eu adorei sua materia gabriela

    Publicado em 8 de junho de 2021 Responder

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Gabriela Reznik

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