“Caro amigo Rex,
Meu nome é Demo. Sou um pinguim e moro no Aquário do Guarujá, no estado de São Paulo. Escrevo essa carta para dizer que não aguento mais viver com meus pais! Todo ano, eles decidem me dar um irmão, só que eu não quero e armo a maior confusão por causa disso. Será que você pode me ajudar?”
Olá, pessoal! Viram só a carta que recebi? Por causa dela, eu decidi tentar compreender o que estava acontecendo com Demo. No Aquário do Guarujá, conversei com o biólogo Paulo de Tarso, que me contou que o nosso amigo aí é um autêntico pinguim de Magalhães e seu hábitat natural fica no litoral da Patagônia, na Argentina.
Os pinguins de Magalhães costumam chegar ao nosso país por engano. Foi o que aconteceu com os pais do nosso amigo emplumado. “Demo, no entanto, foi o primeiro brasileiro da família, nascido aqui no Aquário do Guarujá mesmo”, conta Paulo.
“Na sua nova colônia, no Aquário de Santos, Demo está sendo observado pelos biólogos e tem se comportado muito bem. Dentro de quatro a seis meses, ele voltará ao convívio dos pais”, promete Tarso. Quanto ao seu comportamento, parece que nunca foi visto um pinguim rebelde assim. “A gente desconhece casos iguais em livros, na natureza ou cativeiro. Com outros casais formados aqui, ele não implica. Só mesmo com os próprios pais. É coisa de adolescente”, aposta Paulo de Tarso.
Se for mesmo, Demo, ouça aqui uma dica: ganhar irmãos pode não ser tão ruim assim. Eu, pelo menos, adoraria ter um caçula na família. Afinal, a gente pode até deixar de ser filho único, mas não há quem nos tire o título de… irmãos mais velhos!