Quando esta pergunta chegou aqui na redação, a curiosidade foi geral – inclusive eu, que sou um dinossauro fictício, adoraria saber se ainda teria parentes de carne e osso. Cada um começou a dar o seu palpite, e todos queriam responder à dúvida do leitor Pedro. Mas decidimos ir atrás de um especialista: o paleontólogo Alexander Kellner, do Museu Nacional da Universidade Federal do Rio de Janeiro, topou ajudar. E a resposta dele foi mais surpreendente que a pergunta…
Ele disse: “Os dinossauros NÃO estão extintos! Sim, meu caro Pedro, essa afirmação deve ser uma grande surpresa para você. No entanto, um grupo desses vertebrados sobreviveu e está presente nos dias de hoje, sendo, inclusive, bastante numeroso: as aves”, escreveu Alexander. “Novas descobertas da paleontologia, em particular incríveis achados em depósitos da China, demonstraram que as aves são derivadas de um grupo de dinossauros – os dromeossaurídeos. Sendo assim, tecnicamente, esses vertebrados emplumados são considerados como dinossauros que se modificaram ao longo do tempo, desenvolvendo a atividade de voo”.
Está de queixo caído? Mas vamos continuar.
“Já se pensarmos nos dinossauros mais típicos, como espécies semelhantes ao T. rex (um carnívoro) e parentes do Maxakalisaurus (um herbívoro), esses, sim, se extinguiram com o impacto de um corpo celeste há aproximadamente 66 milhões de anos”, esclarece o especialista. “Se esse impacto não tivesse acontecido, certamente esses tipos de dinossauros ainda estariam presentes”.
Se não tivessem desaparecido, os dinossauros não-avianos teriam continuado sua evolução, adaptando-se às mudanças no ambiente. Que cara eles teriam hoje? Impossível prever!
E sabe o que seria mais curioso? Sem a extinção dos dinossauros não-avianos, talvez a espécie humana nunca tivesse aparecido! “Foi depois da extinção dos dinossauros não-avianos que os mamíferos se diversificaram e passaram a dominar os ecossistemas. Sem o impacto que modificou de forma definitiva a flora e fauna do nosso planeta, talvez nós não tivéssemos surgido”, imagina Alexander.
Durma com um barulho desses…