Quilombola. Você já ouviu essa palavra? Sabe o que significa? Lendo-a em voz alta, você vai ver que ela é gostosa de pronunciar e que parece com outra que você talvez já tenha ouvido: quilombo – um termo usado, no tempo em que o Brasil era um império, para falar das comunidades de negros fugidos da escravidão. Hoje não temos mais imperador nem escravos, mas os quilombolas – aqueles que pertencem às comunidades negras rurais remanescentes de quilombos – estão aí, e têm novas histórias para contar!
Para começar a entender os quilombolas de hoje, é preciso voltar no tempo até a época dos quilombos e mocambos – essas duas palavras, que tem origem nos povos da África Central que falavam a língua bantu, significam acampamentos e aldeias. Como você já sabe, as expressões eram usadas para chamar as comunidades de escravos que escapavam do trabalho forçado e iam buscar sua independência. Quilombolas, você pode imaginar, eram os participantes dessas comunidades.
Os quilombos
Eram comunidades de fugitivos – existiram não somente no Brasil, mas, também, em outros países da América Latina que receberam escravos africanos nos séculos 16 a 19 – só que, nesses lugares, ganharam um nome diferente. Na Colômbia, por exemplo, foram conhecidos como palenques – seus descendentes ainda hoje estão presentes em várias comunidades nesse país, como a de São Basílio. Já na Venezuela, ganharam o nome de cumbes. E tinham outros apelidos em países como Cuba, Jamaica, Equador, Suriname, México…
No Brasil, quilombos e mocambos existiram aos milhares, de norte a sul. Eles acompanharam, no século 16, a montagem de engenhos e casas-grandes no Nordeste açucareiro, passando pelas fazendas de gado e lavouras de arroz e algodão, alcançando as áreas de mineração em Goiás, Mato Grosso e Minas Gerais, até surgirem as fazendas cafeeiras de São Paulo e Rio de Janeiro, no século 19.
Palmas para palmares
O mais conhecido quilombo no Brasil foi o de Palmares, em Alagoas, formado na Serra da Barriga, no final do século 16, e que durou mais de cem anos antes de ser destruído.
Os historiadores acreditam que sua população era de mais de 20 mil pessoas. Seus grandes líderes, Ganga-Zumba e – o mais famoso – Zumbi, lutaram para manter o território que demarcaram para viver em liberdade e também a autonomia de seus companheiros quilombolas, chamados palmaristas por causa do nome da comunidade.
Nos séculos 18 e 19, centenas de outros quilombos surgiram, alguns tão grandes como Palmares. Existiu o quilombo do Quariterê, em Mato Grosso, e também o quilombo do Ambrósio, em Minas Gerais.
Todos livres. E os quilombos, como ficam?
Após a abolição da escravatura, em 1888, os escravos fugidos não tinham mais do que se esconder. Mas suas comunidades, já tão organizadas, persistiram, e seus descendentes continuaram vivendo ali. Juntaram-se a eles os escravos libertados pela lei, que ajudaram a formar pequenas sociedades negras nas áreas rurais de todo o Brasil.
Pela forte ligação com seu passado, essas comunidades continuaram sendo chamadas de quilombolas. Hoje, o maior complexo de quilombolas fica no sertão de Goiás. É formado pelos Kalungas, que moram nas localidades de Vão das Almas, Vão dos Moleques, Ribeirão dos Bois, Contenda e Kalunga.
Os quilombolas estão presentes, também, nas chamadas terras de preto, terrenos doados por seus donos em testamento para escravos e suas famílias antes da abolição. Muitos deles ainda precisam lutar pelo direito de ocupar as terras que foram doadas a seus avós e bisavós.
Brasil afora
As comunidades quilombolas, ao longo dos anos, mantiveram as tradições de seus antepassados por meio da história contada de pai para filho e criaram novos costumes. Hoje, continuam presentes em todo o Brasil.

As comunidades quilombolas mantêm as tradições de seus antepassados, como a de dançar o Jongo. (foto: Acervo Koinonia)
Para você ter uma ideia, no Maranhão, há, pelo menos, 527 comunidades quilombolas distribuídas por 134 municípios. Os estados da Bahia, do Pará e de Minas Gerais contam, cada um, com bem mais de uma centena de comunidades quilombolas. E há dezenas no Rio de Janeiro, Alagoas, São Paulo, Goiás, Rio Grande do Norte, Espírito Santo, Ceará, Sergipe, Amapá, Piauí, Pernambuco, Rio Grande do Sul, Amazonas, Santa Catarina, Paraná e Tocantins.
Todas elas continuam lutando, até hoje, para que seja reconhecido o patrimônio da sua história no passado e os direitos da sua cidadania no presente.
A luta dos quilombolas
A Constituição Brasileira de 1988 garante aos quilombolas o direito de herdar as terras ocupadas por seus antepassados e de que a sua cultura seja reconhecida como patrimônio cultural da nação.
Recentemente, em 2012, o Conselho Federal de Educação aprovou um programa nacional para educação quilombola em escolas das comunidades. Apesar do que está escrito na Constituição e da luta dos quilombolas por seus direitos, ainda falta muito para que eles sejam reconhecidos. De três mil comunidades quilombolas existentes, menos de 200 tiveram seus títulos de terra assegurados.
(Texto originalmente publicado na CHC 240.)
Gabriela Campos Ferreira
Achei muito interessante
Publicado em 2 de julho de 2020
Riquelme Henrique Souza Sales
eu aprendi, o que é quilombola e mocambo,obrigado por da esse texto
Publicado em 9 de julho de 2020
Samuel stallone de Oliveira
Os quilombos ,era comunidades de escravos que escapavam do trabalho forçado e iam buscar sua independência. Existiram não somente no Brasil ,mas também, em outros países da América Latina nos séculos 16 a19 . O mais conhecido no Brasil ,foi quilombos dos palmares ,em Alagoas. Com seu grande líder ganga Zumba o famoso zumbi.
Publicado em 12 de agosto de 2020
Priscila
Gostei demais!
Publicado em 17 de agosto de 2020
mateus cobucci sorice
oi muito legal adorei saber um pouquinho mas sobre os povos quilombolas adorei
Publicado em 21 de agosto de 2020
NI RIBEIRO
muito legal e estou em aula então tchau
Publicado em 26 de agosto de 2020
minzão999 nome roblox
kkkk doida nicole volta pra aula menina
Publicado em 26 de agosto de 2020
Kauane
Interessante
Publicado em 23 de setembro de 2020
Kauane
Muito bom!!
Publicado em 23 de setembro de 2020
neder
legal
Publicado em 27 de outubro de 2020
Mallu Libânio de Mores
Adorei conhecer sobre isso!
Publicado em 12 de maio de 2021
Madarinha gameplays
Fixe e bacana oh garelinha me segue no tik tok.
Perfil:Uchiha_Madara9398
Publicado em 1 de junho de 2021
Guilherme Tavares
Muito legal conhecer a cultura e saber mais um pouco sobre os quilombos. São parte da nossa história e merecem todo nosso respeito.
Publicado em 21 de junho de 2021
Joana
uma por caria.
Publicado em 15 de julho de 2021
Nauane
alguém poderia me responde essa pergunta “com base nesse titulo ,a quem os textos dessa revista se destinam?explique. Alguém poderia me falar pfvr
Publicado em 23 de agosto de 2021
Luísa
Finalmente sobre os quilombolas conheci muito mais sobre nossa cultura etc
Publicado em 26 de outubro de 2021
Elisa
Eu tenho vontade de conhecer
Publicado em 6 de dezembro de 2021
alex
Achei texto bem interesante porque
1>ficou entre os os secúlos 16 e 19 os quilombo e quiliombola
2> que até hoje existem
amei o texto…
Publicado em 16 de maio de 2022
Malu :)
Achei muito interessante pelo fato de que os quilombolas ainda estão lutando para serem reconhecidos eu tenho certeza e creio em Deus que eles um dia não vão ter mais que lutar por isso Amém
Obs:fiquei impressionada com a quantidade de tribos quilombolas que existem aqui no Brasil ??
Publicado em 7 de junho de 2022
Bruna
Ótimo resumo sobre os quilombolas!!!
Publicado em 2 de março de 2023
BRUBRU
OTIMO RESUMO DOS QUILOMBOLAS
Publicado em 2 de março de 2023