De barriga cheia

Qual é a semelhança entre gambás, cangurus, coalas e diabos-da-tasmânia? Não se trata de nenhuma brincadeira, não! Além de os quatro serem mamíferos, há mais uma coisa em comum. Uma dica: a semelhança está bem debaixo do nariz… Na barriga!

Na foto, uma fêmea de gambá cheia de filhotes no marsúpio. O nome do bicho vem do tupi-guarani “guambá”, mas seu significado, por incrível que pareça, não tem nada a ver com seu mau cheiro. Nessa língua indígena, “gua” significa “ventre” e “mbá" quer dizer “aberto”. (foto: Rodolfo Borges)

Na foto, uma fêmea de gambá cheia de filhotes no marsúpio. O nome do bicho vem do tupi-guarani “guambá”, mas seu significado, por incrível que pareça, não tem nada a ver com seu mau cheiro. Nessa língua indígena, “gua” significa “ventre” e “mbá” quer dizer “aberto”. (foto: Rodolfo Borges)

É que as fêmeas desses animais têm bolsas nas barrigas. É claro que elas são bem diferentes das usadas por nossas mães, afinal, são bolsas naturais. Os cientistas as chamam de marsúpios, o que faz com que gambás, cangurus, coalas e diabos-da-tasmânia (e cuícas também!) sejam conhecidos como marsupiais. Suas bolsas servem para carregar os filhotes recém-nascidos enquanto eles não têm capacidade de andar por aí sozinhos.

Os marsupiais são mais antigos do que se imagina. Pra se ter uma ideia, quando eles surgiram, o homem ainda não existia e os continentes sequer tinham a forma que têm hoje. Os primeiros marsupiais apareceram num enorme bloco de terra que depois daria origem à América do Sul e à Oceania. É por isso que há tantos marsupiais nesses dois continentes, apesar da distância que existe hoje entre eles.

Atualmente, os descendentes dos antigos marsupiais têm, além da bolsa na barriga, mais algumas semelhanças. Uma delas é a gestação dos filhotes, que costuma ser curta. Para as espécies do continente sul-americano, a média é de apenas 13 dias – muito menos que os 270 dias necessários para nós, humanos. Ao nascerem, os filhotes de marsupiais são tão pequenos que têm o tamanho de uma abelha!

Saindo do útero da mãe, os bebês já têm as patas dianteiras fortes o suficiente para se arrastarem até as tetas, que ficam dentro do marsúpio. É lá, na bolsa, que vão completar seu desenvolvimento inicial por mais 63 dias. Depois disso, eles saem do marsúpio, mas ainda ficam um tempo agarrando-se ao pelo da mãe.

A cuíca-d’água é o único marsupial semiaquático do mundo e pode ser encontrada no Brasil. Ela adora cair na água para capturar peixes e crustáceos com suas ágeis patas que, aliás, possuem membranas que facilitam o nado. Sua bolsa é um pouco diferente, em forma de anel, o que permite à mãe mergulhar sem molhar seus filhotes. (ilustração: Biodiversity Heritage Library / Flickr / (a href= https://creativecommons.org/licenses/by/2.0/deed.pt)CC BY 2.0(/a))

A cuíca-d’água é o único marsupial semiaquático do mundo e pode ser encontrada no Brasil. Ela adora cair na água para capturar peixes e crustáceos com suas ágeis patas que, aliás, possuem membranas que facilitam o nado. Sua bolsa é um pouco diferente, em forma de anel, o que permite à mãe mergulhar sem molhar seus filhotes. (ilustração: Biodiversity Heritage Library / Flickr / (a href= https://creativecommons.org/licenses/by/2.0/deed.pt)CC BY 2.0(/a))

E há aqueles que se apegam tanto à aconchegante barriga da mamãe que acabam demorando mais para sair… É o caso do filhote de canguru-vermelho, o maior dos marsupiais. Ele nasce pesando 0,75 gramas (o peso de um clipe) e só sai da bolsa 240 dias depois!

Gostou de ler um pouquinho mais sobre esses bichos que andam por aí de barriga cheia? Para saber mais, confira a CHC 93, que traz muito mais informação sobre os marsupiais!