Aventura no Maracanã

Atenção, leitores! Após receber os textos escritos por vocês, anunciamos a história vencedora do concurso O autor da vez, promovido pela CHC em parceria com as editoras Biruta e Gaivota.

A autora premiada é Olívia Marinho, que leva de presente um exemplar do livro Você não vai abrir?, de Cesar Cardoso, e uma assinatura digital da CHC. Leia, abaixo, a história iniciada por Cesar e completada por Olívia:

Do tamanho do Maracanã

Nem era meu aniversário, mas o pai trouxe uns panos todos coloridos e disse pra mãe fazer uma camisa, um calção e uma bandeira pra mim. Tinha verde, amarelo, azul e branco, e eu perguntei se não podia ser tudo azul. O pai berrou pra eu largar de ser besta, azul era a cor da Argentina, que era o inimigo. Eu não sabia e até perguntei pro pai por que a Argentina era o inimigo, mas o pai não ouviu. Ele não gosta muito de ouvir, prefere é falar. E falou: te prepara porque você vai na final, na final. Lá no Maracanã.

No Maracanã!

A mãe foi logo pra máquina de costura e depois me chamou pra experimentar a roupa nova com aquelas cores todas. Eu perguntei pra ela como é que a gente se prepara para ir na final, mas a mãe só disse que o Maracanã era enorme e que eu não podia largar a mão do pai de jeito nenhum.

E passou o tempo todo repetindo: de jeito nenhum, de jeito nenhum.

A mana veio me espiar e ficou falando que aquilo era roupa de palhaço e que eu era palhaço. Eu expliquei que não era nada disso e eu até quis a roupa toda azul mas é que azul é a cor do inimigo, que é a Argentina. Ela disse que a Argentina não era inimigo coisa nenhuma e que eu só pensava isso porque era palhaço. E repetiu: “palhaço, palhaço!”. Eu comecei a brigar com ela, mas aí o pai chegou, perguntou logo se a gente queria dormir quente e mandou nós dois pra cama.

Foi uma dificuldade pra eu dormir. Só ficava tentando adivinhar qual seria o tamanho do Maracanã, onde o pai ia me levar. O pai já me levou no cinema, na lanchonete e na praia, mas nunca nesse Maracanã, que era enorme. Antes de ir pra cama, eu me escondi atrás da porta do quarto do pai e ouvi a mãe perguntando pra ele se não era perigoso porque era final. E repetia “final, final”. Eu ainda pensei – será que o Maracanã ia acabar? O pai falou que não tinha perigo nenhum, mas a mãe achou que eu podia me perder.

E se eu me perdesse, será que o dono do Maracanã me trazia de volta?

Mas minha irmã falou que era bobagem, porque não existe um dono do estádio, porque o estádio é do governo. Então o dono do estádio não seria o governador?

Mas enfim, isso não importava, porque o que era importante era o jogo e o Brasil ganhar. A gente foi pro jogo, eu e o meu pai no dia seguinte, eu meio ridículo no meu uniforme – mas a minha tia que tava em casa falou que eu parecia um jogadorzinho de futebol e achei legal –, depois que vi os jogadores no campo, com uma roupa igual a minha, fiquei contente.

O jogo foi mega legal. O Jorginho passou a bola pro Dandão que chutou no gol e pegou na trave!! Mas cinco minutos depois o Marcos meteu um chutão de fora da área e foi golll!!! O Brasil é campeãooo! O Brasil fez o gol nos acréscimos do segundo tempo!

Voltei pra casa super feliz e até a minha mana comemorou e falou que eu estava bonitinho no meu uniforme.

Acabou.

Parabéns a todos os participantes! Até a próxima, pessoal!

Matéria publicada em 02.05.2013

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Sou o mascote da CHC. Troquei a pré-história pelo mundo virtual para mostrar a você o lado curioso e divertido da ciência.

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