No ano 2000, completaram-se quarenta anos do Museu da República, situado no Rio de Janeiro, que foi a capital do Brasil até 1960. O museu funciona na antiga sede do poder político brasileiro: o Palácio do Catete, grande cenário da história republicana entre 1897 e 1960. Além de sediar o poder presidencial, o palácio foi também a residência dos presidentes. Hoje, o Museu da República tenta mostrar um pouco da história do nosso país através de nossos governantes. Mas o que é república?
Em latim, essa palavra significa “coisa do povo”. Trata-se de um sistema de governo em que um ou vários indivíduos são eleitos pelo povo por meio do voto para conduzir a nação por tempo determinado. Até 1889, quando a república foi proclamada pelo marechal Deodoro da Fonseca, isso não acontecia: o Brasil era governado pelo imperador D. Pedro II e o sistema de governo era monárquico. Ou seja, o governante era imposto ao povo e o poder era hereditário (passado de pai para filho).
O Brasil se tornou uma república em 15 de novembro de 1889 — por isso, até hoje esse dia é um feriado nacional. A primeira constituição republicana foi elaborada em 24 de outubro de 1891. Foram confeccionadas também uma nova bandeira nacional e o símbolo da república – peças que podem ser vistas no museu. No período após a proclamação, conhecido como República Velha, o Brasil teve 13 presidentes. Esse período se estende até 1930, quando uma revolução derrubou do poder o presidente Washington Luís.
Começava então o período conhecido como Estado Novo. Seu principal personagem foi o presidente Getúlio Vargas. Várias transformações ocorreram então na política, como a dissolução do Congresso Nacional e das casas legislativas estaduais e municipais. Em 1934, Getúlio implantou uma nova constituição, que garantia o voto universal, direto e secreto – como ocorre hoje. Mas isso só valia para eleger deputados e senadores; as eleições presidenciais eram indiretas e só os integrantes da Assembléia podiam votar.
Getúlio Vargas permaneceu no poder até 1945, e retornou em 1951 por meio do voto popular. Seu segundo governo foi marcado por grande oposição e crises políticas que levaram o presidente a se suicidar em 24 de agosto de 1954. No museu, é possível visitar o quarto de Vargas, onde tudo aconteceu, e ver a bala e a arma que causaram sua morte e o pijama que o presidente vestia na noite em que morreu.
O último presidente a trabalhar no Palácio do Catete foi Juscelino Kubitschek. Eleito em 1956, ele permaneceu até 1961 no poder. Kubitschek construiu a cidade de Brasília, a nova capital brasileira. O Palácio deixou então de ser a sede da presidência; o Museu da República foi inaugurado ali pelo presidente em 15 de novembro de 1960. Hoje, o Palácio do Catete é um espaço para o exercício da cidadania, com informação, cultura e lazer.
Para saber mais sobre a república e seu museu, visite o Centro de Referência da História Republicana Brasileira, site recém-lançado pela instituição.