Fóssil de mentira, descoberta de verdade

(Ilustração: Gil).

Fósseis, você sabe o que são: vestígios de animais e plantas que viveram na Terra. Eles podem ser dentes, ossos, pegadas e até cocô de bichos, além de folhas ou caules de vegetais, entre muitas outras possibilidades. Desde pequeno, Charles Darwin demonstrou interesse por fósseis. Durante a viagem no Beagle, o naturalista inglês também teve a chance de coletá-los em diferentes partes do mundo. Aliado à observação de organismos vivos, isso auxiliou Darwin a formular a teoria de que os animais e as plantas do planeta se modificam ao longo do tempo, dando origem a novas espécies. Embora não seja possível ver as grandes mudanças da evolução acontecendo, pois elas ocorrem lentamente, é possível encontrar pistas de como ela se dá. Uma das pistas são os fósseis. Afinal, eles permitem a comparação entre os seres vivos do passado e os atuais. Então, o que você acha de aprender a fazer alguns vestígios desse tipo, só que de brincadeirinha, e desafiar seus amigos a realizar uma descoberta a partir deles?

Você vai precisar de:

– jornal;
– um pouco de cimento (para fazer dois fósseis, meio quilo é suficiente);
– água;
– luvas descartáveis;
– copos descartáveis (200 mililitros);
– um jardim;
– uma fonte confiável para identificação de plantas (pode ser um livro ou mesmo um dos seus professores).
– uma tesoura ou uma faca (sem ponta!).

Primeiro passo: hora de formar grupos

Chame seus amigos e dividam-se em grupos. Cada grupo deve ir ao jardim e escolher uma folha de alguma planta, que caiba dentro do copo descartável sem ser dobrada ou amassada. Se você encontrar uma folha com bastante relevo, como a da foto, melhor ainda. A seguir, será preciso identificar a que espécie ela pertence. Mas, atenção: não mostre aos outros qual folha foi escolhida e nem conte a que espécie ela pertence!

Foto: Mara Figueira

Segundo passo: fabricação de fósseis

Forre o chão ou uma mesa com o jornal. Coloque as luvas para proteger as mãos. Encha um copo descartável com cimento até a metade. Vá acrescentando a água até a mistura virar uma massa molhada. Se sobrar um pouco de líquido na superfície, retire-o. Espere alguns minutos. A seguir, ponha a folha escolhida pelo seu grupo sobre a massa e, por fim, acrescente mais um pouco de cimento misturado com água, só para cobrir levemente a folha. Atenção: use bem pouco cimento e procure cobrir somente a folha. Se ficar uma falha, nos limites dela, não tem problema: é assim mesmo. Deixe secar por uma semana.

Como são os fósseis de verdade?

Fósseis são vegetais e animais que foram soterrados pelos sedimentos – areias ou lamas, por exemplo – de um rio, mar, lago ou deserto. Essas areias e lamas endureceram e se transformaram em rochas, permitindo que vestígios desses seres vivos – como ossos, dentes, folhas ou troncos – ficassem preservados por milhões de anos. A formação de um fóssil é algo difícil de acontecer, pois exige, por exemplo, que os animais e as plantas tenham sido soterrados rapidamente, de forma que não possa ter ocorrido a ação dos organismos que, na natureza, se alimentam de bichos e vegetais já mortos.

Terceiro passo: momento de descobertas

Cada grupo deve retirar o seu fóssil de dentro do copo plástico, quebrando a leve camada de cimento que recobre a folha, usando a tesoura ou a faca (sem ponta, não esqueçam!). Depois, retire a folha que havia sido posta ali. Nesse momento, será possível ver a marca deixada por ela no cimento. Esta marca será considerada o fóssil do seu grupo. É hora, então, de trocá-lo com o outro grupo, que deverá seguir para o jardim e tentar identificar que planta deu origem a ele. Da mesma forma, o seu grupo precisa descobrir qual planta deu origem ao fóssil que recebeu dos outros participantes da brincadeira.

E, então, gostou desse jogo de descobertas? Pois saiba que o fóssil que você produziu, se não fosse de brincadeirinha, seria chamado de preservação por moldagem pelos paleontólogos. Quem sabe, no futuro, você se interesse em analisar fósseis de verdade?!