O atobá-marrom é uma ave marinha que pode ser encontrada em todo o litoral brasileiro. A espécie faz seus ninhos em ilhas, e tanto os machos quanto as fêmeas alimentam e cuidam dos seus filhotes recém-nascidos. Essas aves parecem levar uma vida tranquila, mas um perigo está cada vez mais perto delas: o lixo.
Em vez de usar apenas gravetos, folhas e outros materiais naturais para acomodar seus filhotes, os pais atobás-marrons usam também linhas de náilon, pedaços de isopor, objetos de metal, pontas de cigarro, enfim, qualquer material deixado por humanos nas proximidades das ilhas. O contato dos filhotes com a poluição desde o início de suas vidas pode constituir uma ameaça a determinadas espécies de aves marinhas, incluindo o atobá-marrom.
Existem dois grandes riscos. O primeiro é o emaranhamento em cordas, linhas e redes de pesca, que pode causar sufocamento ou a fratura das asas e patas, e morte dos animais. O segundo é quando o filhote engole pedacinhos de plásticos, esponjas, anzóis e outros itens, que podem causar sufocamento, engasgo ou feridas internas no seu aparelho digestório, e também pode causar a sua morte.
O Brasil está entre os 20 países que mais despejam lixo nos oceanos: cerca de um milhão de toneladas por ano. Todo esse lixo permanece no mar por longo tempo – plásticos e náilon, por exemplo, por até 500 anos, porque sua decomposição é lenta. As aves constituem o grupo de animais com o maior número de espécies afetadas diretamente pelo lixo que os humanos despejamos no oceano. Que papelão o nosso, hein?!