Viagem cultural

Para quem é morador de cidade grande – e está acostumado a um mundo cheio de tecnologia, com videogame e internet, compra roupas em lojas, vive em casas e prédios resistentes – fica difícil imaginar como é morar em um deserto ou em uma selva. Viver uma vida nômade, mudando de lugar a cada estação e se sustentando apenas da criação de animais, sem acesso às comodidades do mundo moderno, pode parece impossível!

Pois saiba que ainda existem muitas pessoas no mundo que vivem assim: as últimas tribos indígenas e povos nativos mais isolados do planeta – no Brasil mesmo, por exemplo, em meio à floresta amazônica. Mas, se você pensa que todas essas culturas estão longe e escondidas e que você nunca vai poder conhecê-las, se engana. Muitas delas foram retratadas nas incríveis imagens do fotógrafo Jimmy Nelson.

Acredita-se que o povo Huli viva na região de Papua Nova Guiné, na Oceania, há 45 mil anos. A cultura ancestral de pintar o rosto e os corpos, assim como elaborar penteados incrementados, tem grande importância e serve para intimidar os inimigos (Foto: © Jimmy Nelson Pictures BV, www.beforethey.com)

Acredita-se que o povo Huli viva na região de Papua Nova Guiné, na Oceania, há 45 mil anos. A cultura ancestral de pintar o rosto e os corpos, assim como elaborar penteados incrementados, tem grande importância e serve para intimidar os inimigos (Foto: © Jimmy Nelson Pictures BV, www.beforethey.com)

Ele percorreu os quatro cantos do mundo, dos desertos da África às regiões congeladas da Rússia, para registrar esses povos que parecem ter saído de um passado distante. Seu objetivo era justamente retratar um mundo que está desaparecendo rapidamente – como fica claro no nome do projeto e do livro de fotografias que ele acaba de lançar, Before They Pass Away (algo como Antes que eles se acabem, em tradução livre para o português).

Conversei com o Jimmy Nelson por email e, segundo ele, o mais interessante dessa experiência foi observar o quanto essas populações tinham de humano, assim como nós, apesar de sermos todos tão diferentes. “A fotografia permitiu mostrar a pureza desses povos, as formas como eles se relacionam entre si, com suas famílias e clãs, com a natureza e com seus deuses”, contou. Uma bela lição de igualdade para todos nós!

O fotógrafo explicou, inclusive, que não foi difícil se aproximar dos grupos que retratou e garante que foi bem recebido por todos. “O mais difícil foi conseguir tempo e dinheiro para levar essa aventura até o fim”, confessou.

Para escolher as tribos que iria retratar, Jimmy levou em conta o quão isolados ou radicais eram os ambientes em que essas pessoas viviam e que conjuntos de vestimentas, hábitos e natureza ao redor renderia fotos mais interessantes. Além disso, ele também foi guiado pela vontade de representar o conjunto mais diversificado possível de povos e tradições. Não dá para dizer que ele escolheu mal, não é?

Um detalhe curioso é que o Brasil, com sua imensa floresta e muitas tribos indígenas, ficou de fora. Mas Jimmy promete visitar o país durante a elaboração do segundo volume do projeto, que ele planeja iniciar em 2014. Por enquanto, viaje na galeria que a CHC Online preparou para você:

[jj-ngg-jquery-slider gallery=”53″ html_id=”about-slider” width=”600″ height=”450″
center=”1″ effect=”fade” pausetime=”7000″ order=”sortorder” animspeed=”400″]