É muito raro encontrar uma borboleta colorindo a vida agitada da cidade grande. Mas você já deve ter notado como elas logo aparecem em campos e áreas naturais preservadas, não? Infelizmente, a poluição tem tudo a ver com isso! Por isso, a presença ou não de borboletas pode ser um bom indicador da qualidade do ar de uma região.
A CHC Online conversou com a bióloga Alessandra Lopes, do Museu Paraense Emílio Goeldi, e ela explicou que as borboletas são sensíveis às mudanças do ambiente. “Questões como umidade e temperatura, e também variações na quantidade de luz – todas influenciadas pela poluição –, mexem muito com a vida das borboletas”, contou. Além disso, o desmatamento também é uma ameaça, pois as lagartas – que depois viram borboletas – dependem muito das plantas.
Alessandra realizou um estudo no Centro de Endemismo de Belém, no Pará e no Maranhão, uma região de quase 250 mil quilômetros quadrados onde vivem espécies de vários bichos da Amazônia. Ela notou que, apesar de existirem várias borboletas por lá, muitas delas já estão ameaçadas pela derrubada de árvores. “Das 65 espécies observadas no local, 13 estão sofrendo com as mudanças, sendo quatro gravemente ameaçadas”, lamentou.
Se as borboletas correm o risco de sumir por causa do ar poluído e da destruição das florestas, você pode imaginar o que essas condições não estão fazendo também com outros bichos – incluindo nós, humanos, que estamos expostos à mesma poluição e temos nossa saúde prejudicada.
A observação das borboletas para avaliar a qualidade do ar é um exemplo de biomonitoramento, ou seja, uso de organismos vivos (como plantas e bichos) para monitorar o meio ambiente. A CHC 252, de dezembro, fala mais sobre este tema. Não deixe de ler!