Descoberta no museu

Se você acha que os paleontólogos só fazem descobertas em escavações ao ar livre, leia esta notícia: uma espécie pré-histórica parente dos crocodilos atuais foi encontrada enquanto cientistas vasculhavam não rochas antiquíssimas, mas salas de um museu no Canadá. É o crocodilo-escudo, ou Aegisuchus witmeri.

Fóssil de crocodilo pré-histórico

O fóssil ficou no Museu Real de Ontário durante uns dois ou três anos até que os cientistas pudessem trabalhar com ele (Foto: Casey M. Holliday)

O fóssil do crânio do animal ficou no Museu Real de Ontário durante uns dois ou três anos até que os cientistas pudessem trabalhar com ele. Segundo Casey Holliday, da Universidade de Missouri, nos Estados Unidos, um dos pesquisadores que descreveram a nova espécie, isso é mais comum do que a gente pensa.

Ele conta que alguns dos grandes museus têm fósseis que foram escavados há 100 anos e que até hoje estão aguardando por pessoas dispostas a trabalhar com eles: são muitos fósseis e poucos cientistas para estudá-los.

Parente dos crocodilos e jacarés que conhecemos, a espécie descrita pelo grupo de Casey viveu há 95 milhões de anos no norte da África. O apelido de crocodilo-escudo caiu como uma luva porque, no topo de sua cabeça, havia uma protuberância grande e áspera, com o formato de um escudo.

Reconstituição do crocodilo-escudo

Reconstituição do crocodilo-escudo, espécie que viveu há 95 milhões de anos no norte da África (Ilustração: Henry P. Tsai)

De acordo com os cientistas, essa estrutura é novidade no grupo – nunca havia sido observada em outras espécies de crocodiliformes – e é bem provável que o A. witmeri a exibisse como uma maneira de se comunicar durante competições territoriais ou quando encontrava outros indivíduos. A cabeça do crocodilo-escudo tinha cerca de dois metros de comprimento, era larga e achatada. Já o corpo do animal media pelo menos 15 metros.