Será que tem um ET no seu quintal?

Quando você ouve falar em extraterrestre, lembra logo de homens verdes em Marte? Saiba, então, que seres assim não existem, mas ETs podem ser encontrados na Terra. Estamos falando dos meteoritos: pedaços de astros que penetram na atmosfera do nosso planeta a todo o momento e, por virem de fora da Terra, podem ser definidos como extraterrestres (afinal, “extra” = “fora” e “terrestre” = “da Terra”).

A maior parte dos pedaços de astros que atinge a atmosfera do nosso planeta se desintegra antes de chegar ao solo. São os chamados meteoros ou estrelas cadentes, que costumam deixar riscos de luz no céu. Os que resistem à passagem pela atmosfera e caem na Terra, por outros lado, são chamados de meteoritos. Eles podem atingir o solo do nosso planeta e até serem confundidos com as rochas terrestres. Mas uma observação mais detalhada revela que são diferentes. Vagando pelo espaço há bilhões de anos, trazem informações preciosas sobre o passado do universo.

“Os meteoritos são amostras da formação e da evolução do Sistema Solar”, explica a astrônoma Maria Elizabeth Zucolotto, do Museu Nacional da Universidade Federal do Rio de Janeiro. “Eles permitem obter dados da superfície e até do núcleo dos planetóides de origem: corpos que já foram planetas e, hoje, são cometas e meteoros. Por isso, são muito importantes”. A pesquisadora conta ainda que algumas mudanças na história da Terra – como a extinção dos dinossauros ou até mesmo o surgimento da vida – podem ser atribuídas a quedas de meteoritos.

A astrônoma Maria Elizabeth Zucolotto conta a história do meteorito de Bendegó, o maior já encontrado no Brasil.

À procura de meteoritos

Para estudar esses pedaços de astros, porém, os astrônomos precisam ter algumas amostras em mãos – e você pode ajudar a encontrá-las. Parece impossível? Então, saiba que o maior meteorito já encontrado no Brasil – o de Bendegó – foi descoberto por um menino. Portanto, um meteorito pode, sim, ter caído no seu quintal ou nos arredores da sua casa ou escola. Para achá-lo, fique atento a alguns detalhes.

Primeiramente, não confunda os meteoritos com meros pedregulhos! Vindos do espaço, os meteoros passam pela atmosfera da Terra e, pelo atrito com o ar, queimam sua parte externa, ganhando uma fina casquinha preta. Somente os maiores resistem a esse atrito e, quando chegam ao solo, passam a ser chamados de meteoritos. Em geral, esses pedaços de astros apresentam riscos e cavidades, que parecem marcas de dedos em massa de modelar. A análise do interior da rocha, no entanto, é o que definirá se você está diante de um meteorito ou não.

Os meteoritos metálicos (A) se originaram no núcleo dos planetóides e os cientistas acreditam que eles serviram de matéria-prima para os primeiros objetos de ferro feitos pelo ser humano, como espadas e machados. Já os meteoritos mistos (B) vêm de uma parte entre o núcleo e o manto ou de uma parte entre o núcleo a crosta desses astros, enquanto os rochosos (C) são provenientes do manto ou da crosta dos planetóides (foto: Marcella Huche).

Há três grandes tipos de meteoritos e seus interiores têm características especiais. Os metálicos são compostos de muito ferro e algum níquel. Seu interior é igual ao aço e esse é o tipo mais fácil de ser identificado, pois é muito pesado. Os meteoritos rochosos se parecem com as rochas terrestres. Alguns possuem pequenas bolinhas em seu interior – os primeiros minerais a serem formados no Sistema Solar! Já os meteoritos mistos são compostos tanto por minerais quanto por ferro.

Gostou de saber mais sobre os meteoritos? Então, inicie logo as buscas. Você pode entrar para a história como o descobridor oficial do 57º meteorito brasileiro. Boa sorte!

Acha que encontrou um meteorito?
Então, envie um pedaço à Maria Elizabeth Zucolotto. Não esqueça de explicar por que você suspeita que essa rocha veio do espaço!

Maria Elizabeth Zucolotto
Museu Nacional/Setor de Meteorítica
Quinta da Boa Vista, São Cristóvão, Rio de Janeiro/RJ.
CEP 20940-040. Tel.: (21) 2562-6975.