Salamandras amazônicas

Elas se movem devagar, são pegajosas e podem ser super coloridas. Estou falando das salamandras! Até pouco tempo, os cientistas haviam encontrado apenas dois tipos diferentes desses anfíbios na Amazônia brasileira. Recentemente, um grupo de pesquisadores brasileiros descobriu três novas espécies desses bichos. Quer conhecê-las?

Todas as salamandras encontradas têm hábitos noturnos. Para procurá-las, os pesquisadores entraram nas florestas à noite, munidos de lanternas potentes e muita paciência. Na foto, <i>Bolitoglossa madeira</i> (Foto: Walter Hödl)

Todas as salamandras encontradas têm hábitos noturnos. Para procurá-las, os pesquisadores entraram nas florestas à noite, munidos de lanternas potentes e muita paciência. Na foto, Bolitoglossa madeira (Foto: Walter Hödl)

Diga alô a Bolitoglossa caldwellaeBolitoglossa madeira e Bolitoglossa tapajonica. Segundo o biólogo Selvino Neckel de Oliveira, da Universidade Federal de Santa Catarina, as três são encontradas em locais de floresta muito úmidos, geralmente na vegetação à margem de riachos.

<i>Bolitoglossa tapajonica</i> vive na região do Rio Tapajós, no Pará, e sofre as consequências da mineração de bauxita e desmatamento (Foto: Selvino Neckel)

Bolitoglossa tapajonica vive na região do Rio Tapajós, no Pará, e sofre as consequências da mineração de bauxita e do desmatamento (Foto: Selvino Neckel)

“Elas fazem ninhos em buracos ou ocos de árvores, onde a fêmea cuida dos ovos até nascerem os filhotes”, explica o pesquisador. Selvino e colegas coletaram 278 salamandras na floresta e observaram que não existiam apenas duas espécies, como se pensava, mas cinco. As três novatas se diferenciam, principalmente, pelo tamanho, podendo variar em média de seis (B. caldwellae) a dez centímetros (B. madeira) de comprimento (do rosto até a ponta da cauda).

Encontrada no Acre, a <i>Bolitoglossa caldwellae</i> é ameaçada pela criação de gado no estado e constantes desmatamentos florestais (Foto: Janalee Caldwell)

Encontrada no Acre, a Bolitoglossa caldwellae é ameaçada pela criação de gado no estado e constantes desmatamentos (Foto: Janalee Caldwell)

Depois da descoberta, os pesquisadores estão se empenhando para verificar o tamanho populacional das espécies e, claro, procurar outros tipos de salamandra ainda desconhecidos. Outra preocupação é a preservação das espécies.

“Todas são afetadas, de alguma forma, pelas ações humanas e perda de hábitat natural”, alerta a zoóloga Isabela Brcko, do Museu Paraense Emílio Goeldi. Ela explicou que as salamandras são supersensíveis às mudanças climáticas e só vivem em lugares com ótimas condições ambientais.

Matéria publicada em 10.09.2013

COMENTÁRIOS

  • Valentino Franco

    Incrível !

    Publicado em 6 de outubro de 2021 Responder

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Renata Fontanetto

Meu sonho é montar um museu super colorido, onde todas as brincadeiras de criança são permitidas! Amo fazer ciência em casa. No trabalho, então, é mais divertido ainda!

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