As espécies que vivem em um mesmo ambiente estão ligadas entre si, como elos de uma grande corrente. O motivo que as une é o alimento: uns servem de alimento aos outros, transferindo-lhes a matéria que forma seus corpos e a energia que acumulam para realizar as suas funções vitais.
O primeiro elo dessa ’cadeia alimentar’ é formado pelos vegetais, que usam a luz do sol, na fotossíntese, para produzir energia. Por conta de serem os primeiros a receber a energia do sol – a única fonte externa de energia em nosso planeta – e a transformá-la, os vegetais são chamados de produtores. Os elos seguintes da cadeia alimentar são formados pelos consumidores – seres vivos que, incapazes de produzir o próprio alimento, conseguem-no comendo outros seres vivos.
Existe uma ordem entre os consumidores: os consumidores primários, ou de primeira ordem, são os que se alimentam dos produtores; os secundários, ou de segunda ordem, alimentam-se de consumidores primários e os terciários… Bem, essa cadeia pode ter muitos elos de consumidores, dependendo da riqueza de espécies que convivem no mesmo ambiente. Há ambientes tão diversificados que as cadeias alimentares acabam se tornando complexas teias alimentares.
Nas cadeias alimentares, além dos produtores e consumidores, há também o importante elo dos decompositores, seres que se alimentam de cadáveres. São eles os seres vivos capazes de degradar substâncias orgânicas, tornando-as disponíveis para serem assimiladas pelos produtores. Com eles, a cadeia alimentar é realimentada e pode perpetuar-se.
Matéria e energia passam de um elo a outro da cadeia alimentar: dos produtores aos consumidores e, destes, ao decompositores. Parte da energia é consumida em cada elo, pelas atividades que os seres vivos desenvolvem para sobreviver; aos últimos elos sobram parcelas cada vez menores de energia. Daí falarmos em fluxo de energia. No caso da matéria, falamos em ciclo da matéria, uma vez que não há perda ao longo do trajeto.
A teia da vida
Seres vivos que habitam a Terra estão todos interligados em uma grande rede
Existem na Terra milhões de espécies de seres vivos, cada uma desempenhando um papel único em relação ao todo. Toda essa “multidão” de seres vivos que os cientistas chamam de biosfera está comprimida em uma estreita faixa de terra, água e ar de cerca de um quilômetro de espessura e espalhada por cerca de meio bilhão de quilômetros quadrados de superfície.
Entre os seres vivos que habitam esse planeta, podemos encontrar os mais diversos tipos e variações. E – tal qual uma história sem fim – os cientistas tentam exaustivamente enquadrar e classificar essa imensa variedade de seres em grupos, para melhor estudá-los e entendê-los. Há desde pequenas bactérias até as grandes baleias; como há também desde os que produzem seu próprio alimento, como as plantas, até aqueles que dependem do alimento produzido pelos outros, como os animais. Não é à toa que se diz que a biodiversidade nesse planeta é imensa. Temos mesmo uma diversidade de formas de vida impressionante.
Mas temos também um problema: toda essa imensa variedade de seres vivos está interligada como uma imensa teia viva e depende da energia do sol que chega à superfície do nosso planeta. Para piorar nossa situação, há uma agravante: a energia do sol que chega é pequena – apenas cerca de 10% – e conforme vai sendo usada pelos seres vivos vai diminuindo. Vivemos, portanto, em constante ’luta’ em busca de energia e nossa forma de obtê-la é nos alimentarmos daqueles que a armazenam em seu organismo.
cadeia4.jpg Quando chega à superfície da Terra, a energia é fixada pelos vegetais, através da fotossíntese. Depois, a energia passa para os insetos ou outros herbívoros que se alimentam das plantas; dos insetos, a energia vai para os camundongos ou outros carnívoros inferiores que se alimentam de herbívoros; dos camundongos, a energia passa para cobras, que deles se alimentam e, assim por diante, vai se formando uma cadeia alimentar – em que matéria e energia vão passando de ser vivo a ser vivo até chegarem aos carnívoros superiores, como as águias, os tigres e os tubarões brancos. Ocupando o ponto extremo da cadeia alimentar, essas espécies só são consumidas por parasitas – as bactérias e os fungos especializados em decompor cadáveres.
Parte da energia que chega a um ser vivo é gasta em suas atividades de sobrevivência – no crescimento e na reprodução, por exemplo. Portanto, para o nível seguinte da cadeia alimentar passará sempre menos energia do que entrou. É por isso que os carnívoros superiores, que ocupam posições terminais nas cadeias alimentares, estão sempre em risco de extinção. Para eles sobra sempre uma parcela pequena de energia disponível. Além disso, qualquer quebra na cadeia alimentar coloca sua posição em risco.