Animais no laboratório

Todos nós adoramos cachorros fofos, coelhos bonitinhos e até ratos simpáticos que vivem brincando de correr nas rodas giratórias de suas gaiolas. A ideia de maltratar um animal – seja ele qual for – é horrível, não acha?

Pois os cientistas também concordam. Pesquisadores que usam animais em experimentos científicos detestam a ideia de maltratar seres vivos. É exatamente por isso que as pesquisas precisam seguir normas rigorosas.

Os cientistas seguem regras bastante rígidas para evitar ao máximo que animais sofram durante experimentos científicos (Foto: Gutemberg Brito / IOC / Fiocruz)

Os cientistas seguem regras bastante rígidas para evitar ao máximo que animais sofram durante experimentos científicos (Foto: Gutemberg Brito / IOC / Fiocruz)

“No Brasil, todo laboratório que trabalha com esse tipo de estudo deve ter uma comissão de ética para garantir o bem-estar dos animais”, garante o médico Hugo Faria Neto, pesquisador da Fundação Oswaldo Cruz.

Ele explica que, sempre que possível, os pesquisadores buscam métodos alternativos para evitar o uso de animais. Por exemplo: eles podem usar culturas de células, tecidos e até programas de computador para simular os processos biológicos que querem estudar.

Mas nem sempre há outra opção – em algumas pesquisas, usar animais é o único jeito de revelar detalhes que os estudos de culturas de células e outros métodos não mostram. Quando isso acontece, muitos cuidados são necessários. Os bichos usados em laboratório são criados sob condições especiais, com alimento de qualidade, água fresca e ambiente higiênico, com temperatura e iluminação controladas.

Durante os experimentos, os cientistas cuidadosos fazem de tudo para que os animais não sintam dor. “Se algum procedimento mais delicado for necessário, eles deverão estar sob o efeito de anestésicos ou analgésicos”, ressalta Hugo. “É preciso evitar que eles passem por qualquer tipo de sofrimento desnecessário.”

Pesquisas que envolvem animais

A principal utilidade do uso de animais em pesquisas é auxiliar os cientistas a encontrar novos remédios e vacinas contra diferentes doenças – os resultados podem beneficiar tanto os seres humanos quanto os próprios bichos.

As vacinas que você tomou quando era bebê, os remédios que o médico receita para curar uma dor de garganta e até os medicamentos tomados pelas pessoas que têm câncer ou diabetes, por exemplo, foram todos testados em animais antes de serem liberados para uso em humanos (Foto: Alberto Coutinho / GOVBA / Flickr / CC BY-NC-SA 2.0)

As vacinas que você tomou quando era bebê, os remédios que o médico receita para curar uma dor de garganta e até os medicamentos tomados pelas pessoas que têm câncer ou diabetes, por exemplo, foram todos testados em animais antes de serem liberados para uso em humanos (Foto: Alberto Coutinho / GOVBA / Flickr / CC BY-NC-SA 2.0)

Já outros laboratórios usam animais para desenvolver produtos de beleza e até alimentos industrializados. “É uma finalidade bem distinta daquela que vemos nas pesquisas médicas”, diferencia Hugo. Ele diz que, antes de usarmos um animal, devemos sempre nos perguntar qual é a real relevância daquela pesquisa para a sociedade.

O especialista contou à CHC Online que, nas últimas décadas, o uso de bichos em laboratório vem diminuindo, e a tendência é que diminua cada vez mais. Por outro lado, muitos grupos de defesa dos animais discordam de tudo isso e querem que os experimentos com animais acabem já! E você, o que pensa sobre este assunto?