Entre letras e histórias

Desenho de Ana Lúcia Merege disponível no blog da escritora

Ana Lúcia Merege trabalha na Biblioteca Nacional, no Rio de Janeiro, onde descreve coleções de livros, organiza exposições, redige textos, entre outras funções. Já escreveu artigos sobre História e Literatura, além de colaborar com textos para a revista Ciência Hoje das Crianças . Na entrevista a seguir, ela conta como teve a idéia de escrever o livro O caçador , explica a importância de passar informações para as pessoas e ainda diz o que mais gosta de fazer: ler, escrever e falar!

Como surgiu a idéia do livro?
Meio que por acaso. Eu estava brincando no computador, pensando em outro personagem: um outro caçador, que apareceria em um livro que até hoje planejo escrever sobre uma tribo da pré-história chamada “Clã da Raposa Branca”. Comecei a imaginar como seria a conversa da Branca de Neve com o caçador do conto de fadas, e o que ele estaria pensando naquela hora. Daí em diante, foi só questão de deixar a imaginação fluir e me disciplinar para levar a idéia adiante, é claro.

Por que você escolheu a figura do caçador para ser o personagem principal?
Não escolhi. Como disse, não fui eu que planejei o início, nem o tema central da história. Mas sempre tive um certo fascínio pela figura dos caçadores, principalmente os arqueiros e aqueles que respeitam os animais que caçam, de acordo com a tradição de sociedades como as indígenas.

Você fez pesquisas sobre os contos de fadas para fazer seu livro?
Não, de fato. Do meio para o fim, quando eu lembrava de um conto de fada, pensava em uma forma de citá-lo na história, mas usava elementos que já conhecia. Essa é a vantagem de ler e ouvir histórias desde cedo: elas se fixam em nossa memória. O que eu pesquisei um pouco foram os hábitos dos lobos, que aparecem no final do livro.

Você pensa em escrever outros livros?
Tenho vários livros à espera de um editor, ou do apoio de um público que me leve a publicar outro de forma independente, como O caçador . Mas esses livros falam de histórias diferentes. Eles são no estilo fantasy , ao qual pertecem, por exemplo, O senhor dos anéis e a série Harry Potter : passam-se em um mundo meio medieval chamado Athelgard e seus personagens principais são saltimbancos.

Na infância, você já pensava no que ia ser quando fosse adulta?
Quando tinha seis anos, eu queria ser arqueóloga, mas me disseram que teria de morar no Egito, aí mudei de idéia. Hoje sei que não é bem assim, mas paciência. Até hoje gosto de arqueologia, antropologia e história. Sou fascinada pela pré-história e pela Idade Média. Depois, passei anos pensando em ser atriz: cheguei a fazer curso de teatro, mas, quando cheguei à idade de pensar seriamente em me sustentar, acho que percebi que tinha uma personalidade calma demais para batalhar um espaço no palco. Fiquei entre história, letras e psicologia. E aí, adivinhem? De repente, ouvindo uma amiga contar sobre seu curso de biblioteconomia, decidi que essa era uma boa carreira a seguir. E não me arrependo, até hoje trabalho com as coisas que gosto: livros, inclusive medievais, literatura, história e, muito importante, a transmissão de informação a outras pessoas. No entanto, de alguns anos para cá eu tenho um ‘dublê’ de escritora, redatora e professora, publicando artigos, escrevendo, dando cursos sobre formação de leitores e sobre contos de fadas. Enfim… acho que faço o que sempre gostei: ler, escrever e FALAR!

Matéria publicada em 06.07.2004

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Cathia Abreu

Adoro aprender coisas novas. Tenho a sorte de trabalhar me divertindo e fazendo descobertas todos os dias.

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