Já tem programa para o fim de semana? Então, saiba que pessoas em todo o mundo já decidiram o seu: ir a uma praia, a um rio ou a uma lagoa. Chova ou faça sol, elas estarão lá. Afinal, o intuito não é tomar banho, mas participar do Dia Mundial de Limpeza de Praias, Rios e Lagoas, que acontece todos os anos, sempre no terceiro sábado do mês de setembro (em 2008, o dia 20). A proposta é fazer uma faxina e tanto, retirando o máximo de lixo possível desses locais. Sabe por quê? Um pedaço de isopor, de linha ou de plástico pode causar muitos danos ao ambiente. Duvida? Então, acompanhe…
Plástico: um vilão e tanto
Há muito lixo nos oceanos. Para você ter uma idéia, em 2007, o Dia Mundial de Limpeza de Praias, Rios e Lagoas recolheu aproximadamente 27 mil toneladas.
Nesse mar de sujeira, porém, o item mais encontrado é o plástico. “De cada 100 quilos de lixo recolhido, 60 são formados por plástico”, conta o zoólogo Salvatore Siciliano, da Escola Nacional de Saúde Pública da Fundação Oswaldo Cruz. Levando em conta que um copo plástico leva cerca de 50 anos para se decompor nos oceanos – enquanto uma garrafa plástica pode demorar até 400 –, já dá para notar uma primeira razão para não lançar esse tipo de material nos mares, rios e lagoas: ali eles vão ficar por um bom tempo, representando um risco e tanto não só para os animais marinhos, como também para nós mesmos.
Perigo: lixo!
O lixo encontrado nos oceanos representa uma grande ameaça para os animais. Eles podem se enrolar, se enroscar ou ficar presos em restos de linha de pesca ou de pipa, em plástico e em outros materiais. Se isso não causar a sua morte de imediato, pode deixá-los fragilizados. “Uma ave que vem em vôo e, ao mergulhar, se choca com algum tipo de lixo, por exemplo, pode quebrar uma asa. E, se isso acontecer, ela não tem como sobreviver por muito tempo”, explica Salvatore Siciliano.
Para você ter uma idéia, em 2007, no Dia Mundial de Limpeza de Praias, Rios e Lagoas, 81 aves, 63 peixes, 49 caranguejos e lagostas, 30 mamíferos, 11 répteis e um anfíbio foram encontrados enroscados em linhas de pesca, sacolas plásticas e cordas, entre outros materiais.
Lixo que se confunde com comida
Animais como aves, tartarugas e peixes também podem ingerir o lixo por acidente, ao confundi-lo com comida. “É muito comum encontrar plástico no estômago de pingüins, por exemplo”, conta Salvatore Siciliano. O organismo desses bichos, porém, não é capaz de digerir o plástico – aliás, nem o nosso. Por conta disso, se a ingestão não causar a morte de imediato, com certeza o enfraquecerá. Afinal, imagine o que é ter um pedaço de plástico no estômago!
Efeitos desconhecidos
Os problemas causados pelo lixo nas praias, rios e lagoas, porém, não param por aí. Afinal, o plástico, pouco a pouco, vai se degradando, liberando substâncias químicas, por exemplo, na água. Só que não se sabe ainda exatamente o que essas substâncias podem causar não só ao organismo dos animais aquáticos, como também ao nosso. Afinal, a água que consumimos vem de rios, lagos e lagoas, assim como a que é usada para irrigar as plantações. Estudos já realizados mostram que essas substâncias químicas entram no corpo dos seres vivos e confundem os hormônios (substâncias químicas produzidas pelo seu organismo que transferem informações e instruções entre as células). “Há casos de moluscos, peixes e até aves, por exemplo, que não podem ser definidos como machos ou fêmeas, pois nem o aparelho reprodutor masculino nem o feminino se desenvolveram bem, por deficiência hormonal”, explica Salvatore Siciliano.
Quando menos é mais
Agora que você já conhece alguns dos prejuízos que o lixo representa para a natureza e para nós, que tal incluir no seu calendário anual a participação no Dia Mundial de Limpeza de Praias, Rios e Lagoas?
Além disso, faça da sua preocupação com o ambiente uma rotina. Procure não jogar qualquer tipo de resíduo na água, no chão, na areia da praia, nas margens dos rios.
E não somente isso: diminua a quantidade de lixo que você produz, reciclando o plástico, o vidro, o alumínio e o papel.
O mundo precisa de uma faxina. Colabore!