As fases da Lua e sua influência no dia-a-dia

Imagine-se numa floresta à noite. Agora, pense no céu e naquela figura enorme brilhante que ilumina vagamente as folhas das árvores… Pronto! Você já entendeu por que a Lua é o segundo astro mais importante para os índios: nada é mais atraente do que ela no céu! Ao observar a Lua, os índios notaram que existe um ciclo lunar. Isto é: que ela passa por quatro diferentes fases: nova, crescente, cheia e minguante. E perceberam que, de uma Lua nova para outra, ou numa lunação, há um espaço de tempo que se repete sempre. Ou seja, para duas aparições consecutivas da mesma Lua se passam de 29 a 30 dias. Assim, adotaram esse período como uma importante unidade de tempo: o mês! Que, para maioria das tribos, começa logo depois da Lua nova — quando o primeiro filete de Lua surge no céu.


Mas para os índios as fases da Lua significam ainda mais. A observação constante da natureza permitiu a eles saber, por exemplo, que na Lua cheia os bichos ficam mais agitados pelo excesso de luz e por isso são presas mais fáceis. Assim, os índios aproveitam essa fase lunar para caçar! Eles perceberam ainda que a Lua regula a vida marinha, embora não saibam exatamente como. Para eles, Lua cheia é sinônimo de fartura de camarão, da mesma forma que a Lua crescente ou minguante indica abundância do peixe linguado no mar.

Hoje sabemos por que uma das razões para o sobe e desce das águas dos mares e oceanos está no movimento da Lua. Na realidade, a Lua é um satélite do nosso planeta, ou seja, gira em torno dele. Nesse eixo de rotação, certas regiões da Terra se aproximam mais da Lua do que outras. Onde isso acontece, a força de atração que a Lua exerce sobre a Terra se intensifica. É como se ela puxasse o planeta para mais perto de si nessas regiões. Ao puxar, ela desloca as águas dos mares e oceanos, provocando as marés! É claro que a ação do Sol, a rotação da Terra, as correntes marinhas e até o vento contribuem para o sobe e desce das águas. Mas voltemos ao conhecimento dos índios: afinal, eles querem mesmo saber o melhor momento para pescar e não se preocupam com a explicação científica das marés!

Como vimos, o conhecimento dos índios é fruto de uma atenta observação da natureza. Os cientistas chamam esse método de conhecimento empírico — ou aquele que é deduzido a partir da repetição constante de certos fenômenos. Por muito tempo, os indígenas notaram que no período de Lua nova há menos mosquitos, por exemplo. Logo, deduziram que esses insetos agem pouco nessa fase lunar. Isso é um conhecimento empírico! Então cada criança indígena aprende a caçar, a pescar, a marcar o tempo e a se encontrar no espaço por meio da observação da natureza, certo? Errado! Eles levariam a vida inteira para aprender tudo isso sozinhos! Além do mais, vivem em tribos e lá compartilham o saber com os demais. Será que você sabe dizer como o saber dos índios é passado de geração a geração? Leia mais e descubra!