Ninguém tem dúvida de que a Diná adora ler. Então, nem preciso dizer que ela ficou toda animada quando viu a pergunta do nosso amigo Charles Gabriel da Costa Silva, de Pirassununga, São Paulo: “Qual foi o primeiro livro do mundo?”
Para responder, corri atrás do historiador Mário Feijó, da Universidade Federal do Rio de Janeiro. Ele me explicou que há uma diferença entre o primeiro livro do mundo e o primeiro livro impresso. “Trechos de um poema sobre um rei da Mesopotâmia seriam o primeiro livro do mundo, escrito em cerâmica e pedra”, esclareceu.
Já o primeiro livro impresso foi a Bíblia. “Ela foi impressa em 1455, pelo inventor alemão Johannes Gutenberg, muito tempo depois de terminar de ser escrita, o que aconteceu antes do ano 100”, explica Mário.
No Brasil, a imprensa chegou 355 anos depois. “O primeiro livro impresso aqui foi Marília de Dirceu, do autor Tomás Antônio Gonzaga, em 1810”, revela o pesquisador. E acrescenta um detalhe curioso da história: “No início, as máquinas de impressão eram mantidas pelo governo português, que só publicava o jornal oficial falando coisas boas sobre o governo. Por isso, a maioria dos escritores brasileiros preferia imprimir suas obras em Lisboa ou Paris – foi o caso de Machado de Assis”.
Mário explica que livro é toda história registrada com começo, meio e fim. “Livro é livro, não importa onde foi escrito nem com o quê”, pondera. “Na maior parte da Antiguidade Clássica, os livros eram todos escritos à mão em rolos de pergaminho ou papiro – espécies de papel feito de couro de animais ou tiras de planta”.
No papiro, no papel ou até no computador, o importante é curtir a leitura!