A leitora Camila Pavin quer saber como o pinguim consegue resistir ao frio sem virar picolé. Para responder, a CHC conversou com Daniel Zitterbart, físico da Universidade de Erlangen-Nuremberg, na Alemanha.
Ele explicou que o pinguim sobrevive em baixas temperaturas porque possui uma camada extra de gordura logo abaixo da pele. Responsável por manter os animais aquecidos, a gordura retém o calor liberado pelo organismo e age como uma capa protetora contra o frio.
Porém, nas regiões mais geladas onde os pinguins vivem, isso só funciona no verão. Quando chega o inverno, o frio é tão intenso que eles precisam se agrupar para que uma ave aqueça a outra. “O problema é que o pinguim que está na borda do grupo fica pouco aquecido, enquanto quem está no meio tem muitos amigos em volta e permanece quentinho”, explica o pesquisador.
Nessa hora, os pinguins usam uma tática interessante. Em um estudo feito na Antártica, Daniel descobriu que, a cada minuto, um pinguim faz um pequeno movimento e empurra levemente o animal ao lado, que também se mexe. Isso gera uma onda de movimentos que segue até o outro lado do grupo. Depois de um tempo, quem estava na borda acaba indo parar no centro e consegue se aquecer.
Os movimentos são muito leves e, para identificá-los, Daniel precisou filmar os pinguins por seis horas e analisar as imagens em alta velocidade. O resultado você pode conferir abaixo:
(Vídeo cedido por Daniel Zitterbart / Universidade de Erlangen-Nuremberg)