Quadrinhos brasileiros

Quem não gosta de histórias em quadrinhos? No Brasil, a primeira delas foi publicada em 30 de janeiro de 1869, por um italiano que resolveu se mudar para cá e se naturalizou brasileiro. Seu nome era Ângelo Agostini e a história se chamava As aventuras Nho Quim ou as impressões de uma viagem à corte.

A primeira edição de <i>Nho Quim</i> foi publicada em 30 de janeiro de 1869. Clique para ampliar. (foto: Wikimedia Commons)

A primeira edição de Nho Quim foi publicada em 30 de janeiro de 1869. Clique para ampliar. (foto: Wikimedia Commons)

Este ano, comemoramos os 145 anos desse importante lançamento! A publicação contava a história de Nho Quim, um rapaz nascido em Minas Gerais e descrito como um ‘caipira’. Ele foi parar no Rio de Janeiro, onde entrou em contato com a complicada vida social da época – uma civilização que estava se tornando urbana, mas ainda mantinha suas tradições rurais.

Ângelo Agostini veio para o Brasil com 16 anos e resolveu ficar por aqui, onde se naturalizou. (foto: Wikimedia Commons)

Ângelo Agostini veio para o Brasil com 16 anos e resolveu ficar por aqui, onde se naturalizou. (foto: Wikimedia Commons)

Pela ingenuidade de Nho Quim, Agostini fazia críticas ao Império, à Igreja, à desigualdade social, às condições precárias de saúde e à escravidão. Tudo isso sem perder o bom humor!

A história foi publicada na revista Vida Fluminense, no Rio de Janeiro, da qual Agostini era editor. O fato colocou esse italiano não só como pioneiro dos quadrinhos em terras brasileiras, mas também como pioneiro em todo o mundo. É que ele foi um dos primeiros artistas a realizar uma narrativa desenhada em sequência de quadros e com um personagem fixo.

Segundo Marcelo Bolshaw, cientista social da Universidade Federal do Rio Grande do Norte e especialista em quadrinhos, ainda há muito que podemos aprender com Agostini e Nho Quim. “A principal lição é que podemos aliar divertimento e crítica da realidade em uma única narrativa”, diz o especialista. “Agostini não deseja nem retratar o mundo nem reinventá-lo, mas sim representeá-lo com bom humor e inteligência”.

Com seus desenhos, Agostini sempre lutou pela proclamação da república e pelo fim da escravidão. E também se preocupava com as crianças: foi um dos fundadores da primeira revista infantil editada no Brasil, O Tico-tico, cujo primeiro número foi publicado em 1905.

Logotipo da revista <i>Tico-tico</i>. (foto: Wikimedia Commons)

Logotipo da revista O Tico-tico. (foto: Wikimedia Commons)

A revista era famosa por conter diversas histórias em quadrinhos, tanto brasileiras como estrangeiras. Foi em suas páginas, por exemplo, que o famoso Mickey Mouse apareceu pela primeira vez em nosso país. Em 1956, no entanto, Tico-tico fechou. Mesmo assim, podemos dizer que ela abriu caminho para que, mais tarde, outras revistas infantis ganhassem o Brasil.

Matéria publicada em 26.03.2014

COMENTÁRIOS

  • Tiago Falcão da Silva

    como vocês fizeram um site tão legal.
    nunca mais quero me de vocês meus amigos

    Publicado em 5 de junho de 2018 Responder

  • Tiago Falcão da Silva

    como vocês fizeram um site tão legal.
    nunca mais quero me separar de vocês meus amigos

    Publicado em 5 de junho de 2018 Responder

  • Tiago Falcão da Silva

    como vocês fizeram um

    Publicado em 5 de junho de 2018 Responder

  • ANÔNIMO É …

    Eu tenho uma pergunta oque Agostini fundou ? Obrigada ?

    Publicado em 16 de agosto de 2021 Responder

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Gabriel Toscano

Gosto de ouvir música, ver filmes, ler livros, viajar e conhecer pessoas diferentes. Estou sempre procurando aprender coisas novas!

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