Do focinho ao cérebro

Lá vai o gato, escapando pelo portão para dar uma voltinha na rua. Vai longe, saltando muros e telhados. Mas, curiosamente, não se perde: sempre volta para casa. Enquanto isso, o cachorro, treinado pela polícia, trabalha no aeroporto. Ele consegue farejar substâncias ilegais, mesmo quando estão bem embaladas e escondidas nas bagagens. Esses animais têm sim um superolfato! E o que explica isso?

Ilustração Marina Vasconcelos

O superolfato dos cães e gatos é realmente impressionante. Permite, por exemplo, que reconheçam seus tutores mesmo quando perdem a visão e a audição. Nós, humanos, passamos longe dessa sensibilidade olfatória. Mas, como pode?  Se o cérebro dos humanos é tão desenvolvido, como cães e gatos são capazes de perceber mais odores do que nós? 

Para entender como o sistema olfatório – o sistema sensorial capaz de perceber os diferentes cheiros (ou odores) – se organiza, precisamos viajar do focinho ao cérebro! Topa?

Bons de faro

A nossa viagem começa pelo nariz – também conhecido como focinho nos demais mamíferos. Dentro dele há muitas células para detecção de odores. Mas onde elas ficam? Vamos com calma… Você certamente já reparou que, na parte interna do nosso nariz, há pelinhos. Eles têm a função de filtrar a poeira e tentar reter os germes quando respiramos, mas não têm papel algum na percepção de odores. Seguindo pela cavidade nasal, mais acima, está o epitélio olfatório. É nele que estão as células olfatórias, as responsáveis pela detecção de odores.

Bruna Carneiro
Bruna Oliveira
Priscilla Bomfim
Núcleo de Pesquisa, Ensino, Divulgação e Extensão em Neurociências
Universidade Federal Fluminense