Passado submerso

Era agosto de 1492 quando o navegador italiano Cristovão Colombo e sua tripulação saíram da Espanha e lançaram-se aos mares para mais uma jornada de exploração. Colombo comandava uma nau que se chamava Santa Maria, além de duas caravelas batizadas de Pinta e Nina. Agora, mais de 500 anos depois, o explorador norte-americano Barry Clifford disse ter encontrado o que seriam os restos da famosa embarcação de Colombo próximo ao local onde hoje fica o Haiti.

Mapa traça o caminho percorrido por Colombo em sua primeira viagem à América. (imagem: ©Sémhur / Wikimedia Commons / <a href= https://creativecommons.org/licenses/by-sa/3.0/br/>CC-BY-SA-3.0</a>)

Mapa traça o caminho percorrido por Colombo em sua primeira viagem à América. (imagem: ©Sémhur / Wikimedia Commons / CC-BY-SA-3.0)

Foi com a nau Santa Maria que, após meses de viagem, Colombo chegou ao continente americano pela primeira vez, em um ponto atualmente conhecido como arquipélago das Bahamas. Depois, a tripulação explorou novas terras por vários meses, mas, na manhã de natal daquele mesmo ano, Santa Maria encalhou em um banco de areia e teve que ser abandonada.

Santa-Maria

Réplica da nau Santa Maria, ancorada no porto do Funchal, na ilha da Madeira, pertinho de Portugal. (foto: Dietrich Bartel / Wikimedia Commons / CC BY-SA 2.0)

Apesar de estar certo de que se trata mesmo da embarcação de Colombo, Clifford não teria usado a arqueologia subaquática para estudar a descoberta. Esse tipo de pesquisa, como o próprio nome diz, é feito embaixo d’água, já que os vestígios encontrados são muito antigos e boa parte do material se desmancharia caso fosse retirado da água e entrasse em contato com o ar sem o devido cuidado de conservação.

De acordo com o arqueólogo Paulo Fernando Bava de Camargo, da Universidade Federal de Sergipe (UFS), por supostamente não ter passado por análises da arqueologia subaquática, o achado de Clifford não seria suficiente para comprovar que se trata mesmo dos restos da nau de Colombo.

“Confesso que não poderia dizer se é realmente provável ou não”, pondera Paulo. “O explorador norte-americano responsável pela descoberta aparentemente não é um arqueólogo profissional e isso diminui as chances de se ter qualquer informação científica sólida sobre o achado”. Ele lembra que, para estudar esse tipo de destroço, é preciso ter uma formação científica em disciplinas conhecidas como arqueologia náutica, arqueologia marítima ou arqueologia subaquática.

Por essas e outras razões, ainda existem muitas dúvidas sobre o verdadeiro destino da nau de Colombo. O que você acha? Será que os destroços encontrados por Clifford são mesmo os restos da Santa Maria?

Relíquias submersas
Se ao ouvir falar de arqueologia você logo imagina cientistas sujos de terra cavando buracos por aí, saiba que nem só de escavações em terra firme vive esse campo da ciência. Muitas vezes, esses vestígios estão embaixo d’água e o arqueólogo precisa saber mergulhar para fazer suas pesquisas. E a procura não se limita a embarcações como a de Colombo. O próprio Paulo já estudou gravuras rupestres em rochas localizadas em Belém, no Pará, que só puderam ser detalhadas graças à arqueologia subaquática.

Matéria publicada em 16.09.2014

COMENTÁRIOS

  • anonima

    façam materias sobre os beneficios do cvalo

    Publicado em 13 de agosto de 2020 Responder

  • Sarah Moreira Assis

    que legal , muito bom conhecer mais desse assunto !!

    Publicado em 22 de março de 2021 Responder

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Gabriel Toscano

Gosto de ouvir música, ver filmes, ler livros, viajar e conhecer pessoas diferentes. Estou sempre procurando aprender coisas novas!

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