O homem que calculava

O escritor Malba Tahan vestido a caráter.

O que é, o que é? Ou melhor: quem é, quem é? Que escrevia histórias árabes, mas era brasileiro? Gostava de sapos e de geometria? Se você não sabe, a gente responde: é o Malba Tahan! Um professor de matemática e, também, escritor muito criativo, que adorava elaborar enigmas em sala de aula para iniciar suas explicações. Malba nasceu no Rio de janeiro, no dia 6 de maio de 1895 e seu verdadeiro nome era Júlio César de Mello e Souza.

O primeiro nome falso que ele adotou foi R.S.Slade para fingir que era um escritor de outro país e conseguir publicar uma história dele num jornal, uma vez que seus contos já haviam sido rejeitados pelo editor do mesmo jornal quando assinou seu nome verdadeiro. E deu certo! Por isso ele decidiu usar sempre um nome estrangeiro. Mais tarde, escolheu Malba Tahan, porque adorava escrever histórias árabes.

Suas histórias eram sobre aventuras misteriosas, com beduínos do deserto, xeques, vizires, magos, princesas e sultões. Seu livro mais famoso é O Homem que Calculava , que conta as aventuras de Beremís, um árabe que gostava de resolver os problemas da vida com soluções matemáticas.

Por mais incrível que pareça, ele não foi sempre um ótimo aluno em matemática. Só quando teve um professor de quem gostava é que começou a entender melhor a matéria. O que ele adorava mesmo, quando criança, era colecionar sapos – argh! – e escrever pequenas revistas que se chamavam Erre, com histórias, notícias e jogos.

O livro mais famoso de Tahan e a revista que fazia quando criança

Já adulto, quando se tornou professor e escritor, ele continuou a colecionar sapos, mas de louça. Já imaginou um professor que entra em sala de aula, se curva diante de um aluno e diz Salam Aleikum, que quer dizer “a paz esteja contigo”, em árabe, e depois escrevia uma charada sobre sapos no quadro-negro para dar uma explicação matemática?

Os números e as propriedades numéricas eram para ele como seres vivos. Dizia haver números alegres e bem-humorados, frações tristes, multiplicações carrancudas e tabuadas sonolentas. Havia, para ele, algarismos arábicos com túnicas brancas e turbantes vermelhos, além das contas-de-faz-de-contas.

Essa é uma parte da história do professor Mello e Souza ou Malba Tahan, o “carioca das arábias”, que misturava diversão com matemática. Se estivesse vivo, ele teria completado 110 anos em 2005. Para saber mais a seu respeito, leia esse artigo na íntegra na CHC 54.

 

Matéria publicada em 28.06.2010

COMENTÁRIOS

  • Anna Elise

    Nossa, ele deve ter sido um ótimo professor!

    Publicado em 22 de setembro de 2018 Responder

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Pedro-Paulo-Salles

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