Do pão estragado à farmácia

Você chega na cozinha e encontra um pão velho e cheio de bolor. Eca! Trate de jogá-lo fora. Mas, antes, saiba que ele pode conter um fungo que já salvou muitas vidas. Quer entender como? Para isso, vamos conhecer um pouquinho da vida de Alexander Fleming, cientista conhecido como pai da penicilina.

Alexander Fleming (1881-1955)

Ele nasceu em Lochfield, na Escócia, no dia 6 de agosto de 1881, e morou em uma fazenda com sua mãe e irmãos até os 13 anos, quando se mudou para Londres, na Inglaterra. Anos mais tarde, ingressou no curso de medicina na Universidade de Londres e, depois de concluí-lo, começou a se dedicar ao estudo de substâncias capazes de combater bactérias.

Enquanto pesquisava, Fleming acabou fazendo duas importantes descobertas por acaso. A primeira delas começou, imagine você, com… aaaaaaaatchim! Um espirro.

Algumas gotículas de secreção caíram em uma placa de cultura de bactérias e, após alguns dias, o cientista percebeu que os microrganismos do local onde havia sido depositado o catarro tinham sido destruídos. A responsável era a lisozima, enzima presente nas secreções humanas capaz de destruir alguns tipos de bactérias.

Novos antibióticos são testados de maneira similar aos estudos de Fleming. As substâncias são colocadas em uma placa de cultura de bactérias e, em seguida, observa-se se elas conseguiram inibir a multiplicação dos microrganismos (Foto: CDC)

Já sua descoberta mais famosa – a penicilina – aconteceu em 1928, quando Fleming saiu de férias e esqueceu placas de cultura de microrganismos em seu laboratório. Ao voltar, ele percebeu que algumas das placas estavam contaminadas com bolor – um fungo do tipo Penicilliumque cresce também no pão velho. Você já deve estar achado que essa história é uma eca só…

Mas o que podia ser apenas uma coisa nojenta era na verdade um poderoso antibiótico. Fleming notou que, ao redor das colônias de fungo, não havia mais bactérias. Algumas pesquisas depois, ele descobriu que o fungo produzia uma substância com efeito bactericida: era a penicilina, até hoje muito usada para curar infecções. Ela foi o primeiro antibiótico da história e já salvou muitas vidas!

Fleming esteve no Brasil em 1950, para participar do 5º Congresso Internacional de Microbiologia (Imagem (IOC (EC) 4-33) – Acervo da Casa de Oswaldo Cruz, Departamento de Arquivo e Documentação)

As descobertas de Fleming podem parecer sorte porque aconteceram por acaso. Mas, se não fosse o seu olhar atento e curioso, talvez não tivéssemos a solução para tantas infecções. Por isso, siga seu exemplo e esteja sempre atento – ainda tem muita coisa por aí para você descobrir!

Agradecemos a colaboração do historiador Flávio Edler, da Casa de Oswaldo Cruz / Fiocruz, na elaboração deste texto.

Matéria publicada em 27.02.2013

COMENTÁRIOS

  • Anna Elise

    Que outras coisas ele inventou?

    Publicado em 28 de outubro de 2018 Responder

  • paola

    gostei dessa historia.

    Publicado em 4 de junho de 2020 Responder

  • Caique Campos Lourenço

    Achei legal o texto

    Publicado em 10 de junho de 2020 Responder

  • Sofia Vitória da Silva

    Dúvida 😮 que é bolor
    Gostei sempre tive curiosidade de saber como é

    Publicado em 10 de junho de 2020 Responder

  • Giovana Borges Seixas

    Achei o texto bastante interessante, sou uma pessoa muito curiosa e vou até pesquisar mais sobre o assunto

    Publicado em 15 de outubro de 2020 Responder

  • Julia Rezende

    Uau! Quem diria que seres nojentos como fungos já salvaram vidas! FIQUEI IMPRESSIONADA!!?

    Publicado em 16 de outubro de 2020 Responder

  • lucca

    que legal!

    Publicado em 17 de junho de 2021 Responder

  • Edineia Rodrigues

    Só fiquei sabendo dessa descoberta por meio de uma série que passa na Netflix e como sou curiosa fui pesquisar pra ver se era verdade… muito legal isso?

    Publicado em 16 de outubro de 2021 Responder

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Fernanda Turino

Sempre fui muito curiosa, adorava brincadeiras ao ar livre e acampar (fui até escoteira!). Cresci lendo a CHC e hoje trabalho aqui.

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