Aves do terror

Com um título assim, muita gente vai ficar com medo antes mesmo de ler a notícia. Mas garanto: as chamadas ‘aves do terror’ não são mais assustadoras que outros animais atuais e extintos. Afinal, como todos, elas lutavam pela sua sobrevivência! Essa luta, no caso, significava comer outros bichos. Nada mais natural…

‘Aves do terror’ é a expressão pela qual são conhecidas as espécies da família Phorusrhacidae, um grupo já extinto de aves carnívoras e terrestres. Elas ocupavam o topo do topo da cadeia alimentar e devem ter sido os principais predadores no tempo em que viveram – entre 60 milhões e 2,5 milhões de anos atrás, já depois da extinção dos dinossauros.

Reconstrução em vida de <i>Llallawavis scagliai</i>, a nova ‘ave do terror’ que viveu na Argentina há 3,3 milhões de anos. (imagem: Santiago Druetta e Journal of Vertebrate Paleontology)

Reconstrução em vida de Llallawavis scagliai, a nova ‘ave do terror’ que viveu na Argentina há 3,3 milhões de anos. (imagem: Santiago Druetta e Journal of Vertebrate Paleontology)

Variando de um a três metros de comprimento e podendo chegar a pesar em torno de 350 quilos, os Phorusrhacidae foram um dos grupos mais fascinantes de aves que já existiram. Entre suas características destacam-se a grande cabeça e o bico maciço em forma de gancho – ferramentas ideais para destroçar suas presas. Embora não pudessem voar, as ‘aves do terror’ eram boas corredoras.

A descoberta mais recente de uma ‘ave do terror’ foi feita por cientistas da Universidade Nacional de Córdoba, na Argentina. Eles descreveram o mais completo esqueleto de um animal desse grupo – um fóssil de 3,3 milhões de anos encontrado na praia de La Estafeta.

A espécie, chamada de Llallawavis scagliai, media aproximadamente 1,2 metro de altura e pesava menos de 20 quilos. O exemplar estava muito bem conservado, o que permitiu aos cientistas fazer descobertas inéditas. Eles concluíram, por exemplo, que L. scagliai tinha uma audição apurada, que poderia ser utilizada na comunicação com outros membros da mesma espécie ou na identificação de presas. A partir da análise das órbitas dos olhos da ave, os estudiosos também apontaram que ela tinha hábitos diurnos.

Esqueleto montado de <i>Llallawavis scagliai</i>, espécie que tinha 1,2 metro de altura e pesava menos de 20 quilos. (foto: Matias Taglioretti e Fernando Scaglia)

Esqueleto montado de Llallawavis scagliai, espécie que tinha 1,2 metro de altura e pesava menos de 20 quilos. (foto: Matias Taglioretti e Fernando Scaglia)

Ainda são necessários mais estudos para confirmar essas informações, mas, de qualquer forma, é muito interessante descobrir um pouco mais sobre este grupo, um velho conhecido dos paleontólogos – a primeira ‘ave do terror’ foi descrita em 1887, também por um cientista argentino. Quem sabe, com novos dados, não poderemos pensar em um apelido um pouco menos assustador para esses animais encantadores?

Matéria publicada em 04.05.2015

COMENTÁRIOS

  • Kaue Fernandes de barros

    Avê extinta

    Publicado em 5 de agosto de 2020 Responder

  • Tauros

    eu amo ave do terror

    Publicado em 20 de agosto de 2020 Responder

  • Thalita Baruque

    adorei o texto gostei muito

    Publicado em 21 de agosto de 2020 Responder

  • Bianca Victória Alves da Silva

    Eu achei bem interessante, saber mais sobre as “Aves do terror” gostei muito e um nome bem legal para elas por causa do bico, e lutavam como os piratas seria”PIRATAS DO GANCHO” eu acho bem menos assustador ?.

    Publicado em 4 de setembro de 2020 Responder

  • Sandro

    Boa materia. Muito legal.

    Publicado em 14 de setembro de 2020 Responder

  • Bárbara Lopes

    Já pensou se estivessem vivas hoje ?
    seria um verdadeiro terror !

    Publicado em 27 de outubro de 2020 Responder

  • Lebit4

    Eu vim por um código QR que estava no meu livro de ciências só por curiosidade

    Publicado em 17 de dezembro de 2020 Responder

  • kkkkakak

    vai se fuder

    Publicado em 31 de outubro de 2023 Responder

  • eu sou um lixooo juan

    vai corinthians te amoooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooo guedes volta pro sccp plssssssssssssss santos ruimmmmm lugar de peixe e no aquario

    Publicado em 31 de outubro de 2023 Responder

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Alexander Kellner

É paleontólogo e já esteve em expedições para algumas das áreas mais remotas do planeta, como Antártica e desertos no Irã e na China. Adora ler tudo o que encontra sobre dinossauros e outros fósseis.

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