Jardim marinho

Tem gente que acha que no mar não existe flor. De fato, em nenhum fundo de oceano já se viram rosas ou margaridas como as que vemos nos jardins, mas isso não quer dizer que algumas plantas marinhas não floresçam também!

As flores do mar pertencem a plantas chamadas gramas marinhas – que são conhecidas pelos cientistas como (cuidado para não enrolar a língua!) fanerógamas marinhas. Seu hábitat natural são os ambientes costeiros rasos – ou seja, com profundidade de até 40 metros – com fundos de areia ou lodo.

Folhas da <i>Ruppia marítima</i>, espécie encontrada especialmente nos locais de encontro de rios com o mar e também nas lagoas de água salgada com profundidades de até três metros, como a Lagoa dos Patos, no Rio Grande do Sul, e a Lagoa Rodrigo de Freitas, no Rio de Janeiro. (fotos cedidas pelos autores)

Folhas da Ruppia marítima, espécie encontrada especialmente nos locais de encontro de rios com o mar e também nas lagoas de água salgada com profundidades de até três metros, como a Lagoa dos Patos, no Rio Grande do Sul, e a Lagoa Rodrigo de Freitas, no Rio de Janeiro. (fotos cedidas pelos autores)

As gramas marinhas recebem este nome porque são bem parecidas com a grama que vemos em jardins, praças e quintais. Elas ficam com as raízes na areia, debaixo d’água, e, muitas vezes, nem percebemos que elas existem, pois somos distraídos pelas algas vermelhas, verdes e marrons que ficam nas pedras e chamam muito mais a atenção. As gramas marinhas produzem uma flor tão pequena que quase não enxergamos!

Existem, no mundo, 58 espécies de gramas marinhas. Muitas delas estão presentes no Caribe e no Oceano Pacífico e acredita-se que pelo menos cinco espécies possam ser encontradas no Brasil. Porém, os especialistas acreditam que ainda existem muitos bancos de gramas marinhas – também chamados de pradarias marinhas – para serem descobertos em recifes de corais costeiros ou em águas profundas mais afastadas.

Flor pra lá de curiosa

Mas não fique esperando que os cientistas descubram um campo de girassóis debaixo d’água ou uma orquídea no fundo do mar: são várias as diferenças entre as flores que brotam das gramas marinhas e as flores das plantas terrestres.

Detalhe da flor da espécie <i>Halodule wrightii</i>, comum na costa nordeste do Brasil.

Detalhe da flor da espécie Halodule wrightii, comum na costa nordeste do Brasil.

Por exemplo: as plantas terrestres apresentam flores com tamanhos e cores muito variados e vibrantes, enquanto as flores marinhas são pequenas e verdes ou brancas, como o restante da planta e, por isso, não chamam a atenção. Além disso, essas pequenas flores podem nascer bem pertinho da superfície da areia ou lodo, em vez de ter lugar de destaque como nas plantas terrestres. Outra diferença importante é que, no mar, os animais não participam da polinização das flores, como na terra.

Além disso, as gramas marinhas têm uma vantagem sobre as plantas terrestres: elas ficam mergulhadas na água, substância fundamental para realizar a transpiração e a fotossíntese, além de transportar nutrientes, açúcares e gases no interior da planta. Enquanto as plantas terrestres sentem falta de água e precisam procurá-la no solo por meio de suas raízes, as gramas marinhas não sofrem deste problema, pois água é o que não falta em seu hábitat!

(Você leu apenas uma parte deste artigo. Para ver o texto completo, acesse a CHC 205!)

Matéria publicada em 29.05.2014

COMENTÁRIOS

  • Lyandra Casagrande de souza

    O comentário e que sabemos que no fundo do mar existe suas raizes e gramas marinha

    Publicado em 26 de janeiro de 2021 Responder

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Joel C. Creed e Renata Perpetuo Reis

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