Vovô pássaro?

Tudo que conhecemos da pré-história vem das informações que os cientistas conseguem tirar de fósseis, rochas e outros vestígios que encontram por aí. No entanto, muitas vezes, uma nova descoberta acaba mudando o que se pensava sobre o passado do nosso planeta.

Fóssil e reconstrução do <i>Aurornis xui</i>, descoberto na China. Cientistas discutem se o animal representa o antepassado mais antigo já registrado das aves atuais (Imagem: Jonica Dos Remedios/Claude Desmedt/IRSNB)

Fóssil e reconstrução do Aurornis xui, descoberto na China. Cientistas discutem se o animal representa o antepassado mais antigo já registrado das aves atuais (Imagem: Jonica Dos Remedios/Claude Desmedt/IRSNB)

Estamos diante de um desses casos: um fóssil descoberto na China pode mudar o que sabemos sobre a origem das aves. O Aurornis xui, que media cerca de 50 centímetros da ponta do bico até o fim de sua longa cauda, viveu há 160 milhões de anos. Se ele for considerado uma ave, vai tomar o posto de espécie mais velha do grupo, que atualmente pertence ao Archaeopteryx, descoberto na Alemanha em 1861 e cerca de 10 milhões de anos mais jovem.

É difícil para os cientistas descobrirem se o A. xui pertence ao grupo das aves ou se era um dinossauro. Ele tem ossos do quadril similares aos dos pássaros atuais, o que sugere que seja classificado como ave, porém outras características de seus ossos indicam um parentesco com os dinossauros. “Além disso, muitos desses animais tiveram penas e plumas como as aves, o que torna a distinção das formas mais primitivas de aves bastante difícil”, comenta o geólogo Ismar de Souza Carvalho, da Universidade Federal do Rio de Janeiro.

Mesmo que tenha sido realmente um pássaro, o A. xui provavelmente não saía por aí explorando os céus da pré-história. “Ele não tinha penas capazes de permitir um voo”, conta Gareth Dyke, paleontólogo da Universidade de Southampton, no Reino Unido, que participou da descoberta da nova espécie. O cientista explica que as asas deviam servir apenas para planar de uma árvore a outra.

Matéria publicada em 18.07.2013

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Fernanda Turino

Sempre fui muito curiosa, adorava brincadeiras ao ar livre e acampar (fui até escoteira!). Cresci lendo a CHC e hoje trabalho aqui.

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