O terremoto, a tsunami e o desastre nuclear no Japão

Um dos maiores terremotos já registrados no planeta, seguido de uma grande tsunami. A combinação destes dois eventos catastróficos afetou o funcionamento de três reatores de uma das 55 usinas nucleares do Japão, provocando o aquecimento e a explosão dos reatores afetados, liberando radioatividade para o ambiente.

O Japão, ao contrário do Brasil, não possui hidrelétrica: ou seja, não produz energia elétrica a partir da força da água dos rios. O país utiliza termoelétricas (usinas que usam a queima de derivados do petróleo para produzir calor) e usinas nucleares (que usam urânio como combustível). Nos dois casos o princípio utilizado para a geração de energia elétrica é o mesmo. A queima do combustível fóssil ou a utilização do urânio produz calor. O calor produzido esquenta a água, que se transforma em vapor pressurizado, que gira a turbina do gerador, produzindo energia elétrica.

Bandeira do Japão.

As usinas nucleares são consideradas menos poluentes do que as termoelétricas, que emitem gases responsáveis pelo efeito estufa e produtores de chuvas ácidas durante a queima dos combustíveis fósseis. No entanto, sempre foram vistas com desconfiança pela população mundial, devido ao enorme problema ambiental que geram quando ocorre algum acidente.


O combustível da maioria das usinas nucleares é um tipo especial de urânio. Os átomos deste elemento se quebram espontaneamente formando átomos menores: um processo conhecido como fissão, que significa quebra. Os átomos gerados pela quebra do urânio também sofrem fissão até formar chumbo. No processo de fissão em cadeia que ocorre no interior do reator nuclear, são produzidas radiações chamadas alfa, beta e gama e uma grande quantidade de calor, que é utilizado para gerar vapor e produzir energia elétrica.

Radioatividade? Aqui!

Mas você sabia que o urânio e outros elementos radioativos estão presentes em praticamente todos os lugares, até dentro de nossas casas? Existem até mesmo determinados tipos de água mineral que são radioativas. Se você não acredita, é só ler nos rótulos. Alguns deles dirão: radioativa na fonte. Entretanto, a quantidade de radioatividade no ambiente normalmente é tão pequena que não nos causa mal algum.

Além do seu uso para a produção de energia elétrica, os elementos radioativos são utilizados também no tratamento do câncer, no diagnóstico de doenças, na conservação de alimentos e na pesquisa científica, por exemplo.

A radiação em excesso, por outro lado, é prejudicial aos seres vivos. Ela provocado danos a todos os tecidos do corpo, causando diversos tipos de doenças que podem levar à morte, dependendo da quantidade de radiação recebida. A radiação também causa alterações no DNA, o código secreto responsável pelas características físicas de todos os seres vivos, provocando mutações. Estas mutações podem dar origem a diversas formas de câncer, causar má formação em fetos e aumentar a frequência de doenças genéticas na população que foi exposta à radiação.

Processo de produção de eletricidade em uma usina nuclear (gráfico: Nato Gomes).

Geralmente, a radiação fica contida dentro da usina nuclear, pois ela não consegue atravessar o revestimento de chumbo e as grossas paredes de concreto da construção. Entretanto, se algum defeito impede que a temperatura do reator seja corretamente controlada, ele aquece, provoca o derretimento do urânio e explode, como uma grande panela de pressão, liberando para a atmosfera vapor d´água com elementos radioativos, que contamina os seres vivos, o solo e a água de uma grande região por vários anos.

No momento, o Japão luta justamente contra um vazamento radioativo. O mundo inteiro está na expectativa de que uma solução seja encontrada, enquanto avalia os pontos positivos e negativos do uso das usinas nucleares e do próprio uso da radioatividade no nosso dia a dia.

Matéria publicada em 15.04.2011

COMENTÁRIOS

  • Arthur

    Oi to fazendo um trabalho da escola foi muito difícil pesquisar isso e eu tô cansado 😭😭😭😭

    Publicado em 24 de novembro de 2023 Responder

Envie um comentário

Joab Trajano Silva

Desde criança, o autor da coluna No laboratório do Sr. Q pensava em ser biólogo. Mas, enquanto cursava a faculdade, descobriu que precisava de conhecimentos químicos para entender como os seres vivos funcionam. Juntou as duas coisas e foi ser bioquímico.

CONTEÚDO RELACIONADO

Parque Nacional de Itatiaia

A primeira área de preservação ambiental do Brasil

Pequenos notáveis

Conheça os peixes criptobênticos!