Um, dois, três…

Contar usando as mãos: aposto que você faz isso quase todo dia. É uma atividade tão comum que nem paramos para pensar que existe mais de uma forma de fazê-la. Pois o matemático Yutaka Nishiyama, da Universidade de Osaka, no Japão, resolveu investigar como as pessoas usam os dedos para contar mundo afora. Ele teve a ideia do estudo quando foi à França e não conseguiu dizer a um vendedor que queria comer um crepe. Que situação…

No Brasil, quando vamos contar usando a mão, começamos com ela fechada para representar o zero. Quando levantamos o indicador, queremos dizer um. Já ao levantar os dedos indicador e médio, dois, e por aí vai. Os japoneses contam da mesma forma que os brasileiros, mas os franceses, não.

Nas três primeiras linhas, você confere como se conta de zero a cinco no Brasil (A), no Japão Antigo (B) e na França e norte da Europa (C). Em Bangladesh, Índia e Paquistão, as pessoas contam de um a seis usando os nós dos dedos (D) (Fotos: Lucas Conrado)

Yutaka descobriu que, na França e em grande parte da Europa, as pessoas começam a contar com a mão fechada, então levantam o polegar para representar o um, o polegar e o indicador para representar o dois e assim por diante.

Em Bangladesh é ainda mais curioso: as pessoas contam as dobras do dedo, começando pelo indicador. Enquanto nossa contagem em uma mão vai até cinco, para eles vai até 12.

Um detalhe interessante é que a forma de se contar com os dedos não muda só de país para país, mas também varia ao longo do tempo. “Até o século 19, os japoneses começavam a contar com as mãos abertas e iam fechando os dedos”, conta Yutaka. “O polegar fechado representava um, o polegar e o indicador, dois”.

O estudo reuniu 27 formas de contar usando as mãos. Yutaka não sabe exatamente por que isso muda tanto de país para país, mas existem algumas teorias. Por exemplo, no norte da Europa, que é muito frio, pode ser que o costume de começar a contar com as mãos fechadas tenha começado para mantê-las mais aquecidas. Agora, descobrir quem realmente inventou essa forma de contar é uma missão impossível!

Matéria publicada em 28.05.2012

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LucasConrado

Já quis ser astronauta, cientista, astrônomo e biólogo. Sempre gostei muito de ler sobre ciência e hoje adoro escrever sobre isso!

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