Robô com cauda?!

Você já viu um robô, como o do filme WALL•E? Então, sabe que robôs não são ágeis nem flexíveis como os lagartos, que escalam paredes, pulam da pedra para a grama e, mesmo quando se desequilibram, conseguem se endireitar no ar antes de cair. Esses animais são capazes de controlar o movimento do corpo graças à sua cauda fina e comprida – algo que não se vê nos robôs por aí, não é?

Pesquisadores dos Estados Unidos fizeram alguns testes de corrida e salto com um lagarto da espécie Agama agama, também conhecida como agama-de-cabeça-vermelha por causa do seu visual moderno. Eles filmaram o desempenho do animal com uma câmera que capta bem os movimentos e descobriram que o segredo para ‘pousos’ tão perfeitos, mesmo depois de um tropeço ou escorregão, está na forma como o lagarto balança a cauda no ar.

No vídeo abaixo, confira como é preciso o movimento do lagarto: ele move a cauda para cima para se endireitar no ar depois de saltar sobre uma plataforma muito lisa.

Em seguida, eles também construíram um carrinho-robô com cauda e fizeram testes parecidos. “Pela primeira vez, mostramos que balançar a cauda para cima e para baixo é o que mantém os lagartos estáveis”, diz o biólogo Robert Full, coordenador da pesquisa que fez a descoberta. A mesma estratégia pode funcionar para construir novos robôs.

O lagarto conhecido como agama-de-cabeça-vermelha, o robô e o dinossauro velociraptor: a cauda seria, para os três, uma importante ferramenta de equilíbrio (Imagem: Thomas Libby, Evan Chang-Siu e Pauline Jennings, cortesia de PolyPEDAL Lab e CiBER/UC Berkeley)

A ideia é usar esse conhecimento em robôs especializados em operações de busca e salvamento – por exemplo, procurando pessoas soterradas após um desabamento. “Com uma cauda removível e controlada, inspirada na dos lagartos, esses robôs vão poder se movimentar com mais agilidade em meio aos resíduos e escombros, por exemplo, de uma catástrofe”, responde Full.

É uma possibilidade animadora, mas ainda vai levar um tempo – de cinco a oito anos – até que os cientistas terminem as suas pesquisas com os lagartos e os novos robôs possam finalmente entrar em ação.

Matéria publicada em 17.01.2012

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Carolina Drago

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