Pequenina e faladeira

Você sabe diferenciar sapo, rã e perereca? Pois existem algumas particularidades de cada um: sapos têm pele áspera, enquanto rãs e pererecas têm pele lisa e úmida, por exemplo. E, entre as pererecas, existe uma espécie para lá de comunicativa: a Hylodes japi é capaz de utilizar pelo menos 18 tipos de comunicação visual!

<i>Hylodes japi</i> tem muitas formas curiosas de comunicação visual, inclusive inflar seu saco vocal sem produzir som algum. (foto: Fábio de Sá e colaboradores)

Hylodes japi tem muitas formas curiosas de comunicação visual, inclusive inflar seu saco vocal sem produzir som algum. (foto: Fábio de Sá e colaboradores)

H. japi é encontrada apenas na Serra do Japi, na cidade de Jundiaí (SP), e faz parte do grupo de cinco espécies de Hylodes originadas do mesmo ancestral em comum. Tem apenas 2,5 centímetros de comprimento e, diferentemente da maior parte dos sapos, pererecas e rãs, tem hábitos diurnos. Graças a eles, enxerga melhor e desenvolveu diversas formas de se comunicar com seus semelhantes.

Segundo os cientistas, entre as 18 formas de comunicação descobertas até agora estão maneiras de dizer, por exemplo, que um território já foi dominado. Para isso, basta a Hylodes japi andar fazendo paradinhas, acenar com as patas dianteiras e levantar as traseiras para que as outras entendam o recado.

Quando o objetivo de um macho da espécie (sim, eles existem!) é atrair uma fêmea, H. japi pode levantar e abaixar a cabeça para mostrar interesse, ou usar o mesmo sinal para pedir a outros machos que saiam da sua área. Na hora do namoro, a fêmea encosta a cabeça nas costas do macho para disparar um canto especial dele.

Observe o canto e os movimentos da perereca:

O som vem do saco vocal do animal, que tem uma característica especial. “A espécie apresenta saco vocal duplo, e o macho pode inflá-lo para apenas um dos lados, de acordo com a posição de um intruso ou da fêmea”, conta Fábio de Sá, biólogo do Instituto de Biociências da Universidade Estadual Paulista que descreveu a espécie.

Outra novidade é que os machos Hylodes japi podem inflar seus sacos vocais sem emitir sons, diferentemente da maior parte dos anuros (anfíbios sem cauda). Esta é mais uma forma de comunicação visual. “Quanto mais as estudamos, mais percebemos o quão complexa é a comunicação dessas pererecas com as outras”, festeja o cientista.

Matéria publicada em 16.03.2016

COMENTÁRIOS

  • bernardo

    ameiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiii

    Publicado em 13 de julho de 2020 Responder

  • ANNA LUISA

    ADOREIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIII

    Publicado em 5 de agosto de 2020 Responder

    • Alina

      Como e conhecido esse tipo de texto

      Publicado em 3 de março de 2021 Responder

    • Jacky.paiva2016@outloook.com

      Infográfico

      Publicado em 1 de fevereiro de 2022 Responder

  • Alina

    Como e conhecido esse tipo de texto

    Publicado em 3 de março de 2021 Responder

  • Sophia

    Oi gostei

    Publicado em 6 de março de 2023 Responder

  • Alunos objetivo

    Olá CHC,
    Achamos muito interessante a matéria, não sabíamos que existiam essas espécies.
    Muito obrigado!
    3° ano “B” fundamental 1/Colégio Objetivo Sapiens/Altamira-Pá.

    Publicado em 15 de março de 2023 Responder

  • Rebeca A. (5 ano E , Coronel)

    Gostei do texto pois agora sei diferenciar esses anfíbios

    Publicado em 11 de maio de 2023 Responder

  • YASMIN ROCHA E VIQUITORIA

    Interessante sobre o que fala do sapo bolha. 4º c

    Publicado em 22 de maio de 2023 Responder

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João Paulo Rossini

Gosto de ler e escrever desde pequeno. Daí surgiu a vontade de conhecer e contar novas histórias.

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