O aniversário de uma viagem muito especial

Você pode perguntar para seus pais ou até mesmo seus avós: no dia 20 de julho de 1969, milhões de pessoas do mundo inteiro estavam reunidas ao redor de seus aparelhos de televisão para acompanhar um dos maiores feitos da humanidade até então. Que grande evento era esse? Nada menos que a chegada do homem à Lua!

O astronauta Edwin Aldrin caminha na superfície da Lua. A foto, tirada por Neil Armstrong, é uma das mais famosas do século 20. (Imagens: Nasa)

A viagem começou com o lançamento do foguete Saturno 5, na base de Cabo Kennedy, nos Estados Unidos. Ele carregava a nave Apollo 11, que depois se desprendeu em direção à Lua.

Mas não vá pensando que foi um passeio turístico! Só mesmo a excitação de participar de uma missão importante seria capaz de fazer a equipe a bordo da nave agüentar tanto desconforto: os três astronautas que faziam parte da viagem — Neil Armstrong, Edwin Aldrin e Michael Collins — ficaram espremidos em um compartimento de seis metros quadrados, cada um em uma poltrona.

Cercados por painéis e instrumentos, os viajantes tinham para descansar apenas um espaço embaixo das poltronas, onde podiam colocar sacos de dormir. Levavam também comida desidratada em pastilhas, roupas e equipamentos.

 

O módulo lunar Eagle, visto acima, se desprendeu da Apollo 11 e levou Neil Armstrong e Edwin Aldrin à superfície da Lua. A foto foi tirada por Michael Collins, que ficou no módulo Columbia.

Depois que a Apollo entrou na órbita lunar, se dividiu em duas partes: a Columbia, comandada por Collins, que permaneceu em órbita, e a Eagle (‘águia’, em inglês), que levou Armstrong e Aldrin até a superfície do satélite. Armstrong foi o primeiro a se preparar para descer a escadinha da nave e disse uma frase que marcou esse momento: “Este é um pequeno passo para o homem, mas um salto gigantesco para a humanidade”.

Os dois ficaram cerca de duas horas na Lua e coletaram pedras e pó para estudos. Além disso, instalaram aparelhos como um sismógrafo (para registrar os movimentos do solo lunar) e um painel para estudos dos ventos solares.

Cumpridas as tarefas, os astronautas decolaram na Eagle para voltar até a Columbus, que os levou de volta à Terra. Eles chegaram no dia 24 de julho e a nave, sustentada por três pára-quedas, caiu no mar na altura da Polinésia. “Essa missão mostrou aos cientistas que é possível ir além da Terra e conhecer outros mundos”, conta a professora Teresinha Rodrigues, do Observatório Nacional.

O astronauta Neil Armstrong, comandante da Apollo 11, aos pés do módulo lunar Eagle

O programa Apollo levou ainda outras seis expedições tripuladas à Lua até 1972, quando foi interrompido, e trouxe contribuições importantes para a ciência. “Avançamos muito na medicina, por exemplo, quando estudamos como o homem poderia resistir a situações extremas como a grande aceleração necessária para o lançamento de um foguete”, explica o astrônomo Jair Barroso. “Também foi importante o desenvolvimento de aparelhos menores de comunicação e pesquisa para diminuir a quantidade de carga levada nas viagens.”
Você deve estar pensando: por que abandonar um projeto tão interessante? Bom, tudo isso aconteceu no meio de uma disputa entre as duas nações mais poderosas da época: os Estados Unidos e a União Soviética — um país que se dividiu em vários outros, entre eles, a Rússia. Alguns especialistas acreditam que os norte-americanos não estavam tão preocupados assim com a ciência, mas corriam atrás de prestígio para o seu país. Então, depois de provarem para o mundo que eles podiam conquistar até a Lua, deixaram o projeto de lado.

Saiba mais!
Informações sobre a Lua e a missão que levou o homem até lá você encontra nas edições 42, 79 e 98 da CHC.

Trinta e cinco anos depois da visita à Lua, a tecnologia para criar naves que possam viajar por muito tempo e a medicina espacial — que cuida da saúde dos astronautas — continuam avançando. Qual será o próximo lugar do espaço que o homem vai visitar?

Matéria publicada em 27.07.2004

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Catarina Chagas

Desde criança gosto de ler, inventar histórias e descobrir novidades. Cresci e encontrei um trabalho em que posso fazer tudo isso.

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