Mineração no cometa

Usar recursos da natureza como fonte de sobrevivência ou para construir objetos que facilitem o dia a dia sempre foi uma prática comum para o ser humano. Atividades como extrair petróleo das profundezas do oceano ou carvão e metais preciosos do subsolo não é novidade – na CHC 262, inclusive, você viu como o interior do nosso mundo tem uma enorme quantidade de ouro!

Mas aposto que se eu disser que é possível fazer mineração no espaço, você vai pensar que é coisa de filme. Até bem pouco tempo poderia ser, mas isso está para mudar no dia 12 de novembro desse ano. Ficou curioso para saber como? Então prepare-se para conhecer Rosetta, a mineradora do espaço!

Obra de um artista representando o momento de aproximação da sonda espacial Rosetta do cometa. (European Space Agency / Flickr / <a href= http://creativecommons.org/licenses/by-sa/2.0/br/> CC BY- SA 2.0 </a>)

Obra de um artista representando o momento de aproximação da sonda espacial Rosetta do cometa. (European Space Agency / Flickr / CC BY- SA 2.0 )

Tudo começou há dez anos quando a Agência Espacial Europeia (ESA) lançou a sonda espacial Rosetta para acompanhar a movimentação de um cometa que tem um nome tão complicado que quase dá um nó na língua: o Churyumov-Guerasimenko.

Esta é a primeira tentativa de acompanhar a passagem de um cometa bem pertinho do Sol. No dia 12, mais do que se aproximar do cometa, a Rosetta vai começar a explorar profundamente seus mistérios. Ela vai enviar um pequeno robô batizado de Philae para aterrissar no astro, perfurar sua superfície com uma broca e coletar amostras do terreno, da poeira e dos gases que existem por lá.

Nessa representação, a sonda está liberando o robô Philae para aterrissagem no cometa. (European Space Agency / Flickr / <a href= http://creativecommons.org/licenses/by-sa/2.0/br/> CC BY-SA 2.0 </a>)

Nessa representação, a sonda está liberando o robô Philae para aterrissagem no cometa. (European Space Agency / Flickr / CC BY-SA 2.0 )

Segundo o astrofísico Fred Jansen, pesquisador da ESA e diretor da missão, esta é uma data crucial para as pesquisas no espaço. “Demorou quase dez anos para chegarmos até aqui porque a sonda precisou voar três vezes em volta da Terra e uma em volta de Marte para ganhar velocidade, mas agora estamos próximos do nosso objetivo”, diz. “O Philae tem vários instrumentos científicos que farão medições e análises nos compostos coletados e depois enviarão os resultados para a Terra”.

Sinais da origem da vida

Mas o que nos interessa estudar um cometa? A resposta é simples, mas grandiosa: tanto a coleta de amostras quanto o acompanhamento da movimentação do cometa ao se aproximar do Sol podem dar pistas sobre o início da vida na Terra.

“Vamos verificar se o tipo de água presente em cometas é o mesmo tipo da Terra e, assim, dizer se é possível que a água que temos aqui tenha vindo de um desses corpos celestes”, esclarece Fred. “Também serão feitas análises nas moléculas orgânicas do cometa para determinar se isso pode ter influenciado a origem da vida na Terra”.

A viagem de Philae à superfície do cometa não terá retorno. Com a aproximação do Sol, as temperaturas aumentarão e o robô não funcionará mais. Já a Rosetta vai prosseguir com sua missão acompanhando o cometa até que ele esteja bem próximo do Sol, que deve acontecer em agosto do ano que vem. “Tendo sucesso em sua missão, ela poderá continuar na órbita do cometa para sempre”, diz Fred. O que será que ela vai descobrir?

Matéria publicada em 11.11.2014

COMENTÁRIOS

  • Enrico

    Eu gostei dessa reportagem eu estou em 2021 mas so to vendo agora

    Publicado em 10 de março de 2021 Responder

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Isabelle Carvalho

Desde criança, sempre gostei de ler e escrever histórias. Hoje, estou muito feliz por poder contar muitas histórias sobre ciência na CHC!

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