Habitantes da areia

Na areia da praia se escondem caranguejos, siris, conchas e tatuíras. Mas existem também milhares de outros organismos que não vemos a olho nu. São seres com menos de meio milímetro que vivem entre os minúsculos grãos da areia, e que compõem a chamada meiofauna. Recentemente, cientistas brasileiros encontraram no nosso litoral 18 novas espécies desses animais.

(foto: divulgação / Centro de Biologia Marinha da Universidade de São Paulo / CC BY-NC-SA 3.0)

(foto: divulgação / Centro de Biologia Marinha da Universidade de São Paulo / CC BY-NC-SA 3.0)

É enorme a variedade desses microrganismos. Para ser ter uma ideia, 28 dos 35 filos conhecidos do reino animal podem ser encontrados no minúsculo espaço entre os sedimentos marinhos. Podemos encontrar mais um milhão de indivíduos em um metro quadrado de areia.

Segundo estimativas dos especialistas, ainda devem existir muitas outras espécies da meiofauna a serem descobertas, pois existem poucos estudos nessa área. “Acreditamos que o número de espécies ainda não conhecidas pode estar na ordem de milhares”, aposta o biólogo marinho Gustavo Fonseca, professor do Instituto do Mar da Universidade Federal de São Paulo.

Os seres presentes na areia têm importante papel no processo de “limpeza” do ambiente. (foto: divulgação / Centro de Biologia Marinha da Universidade de São Paulo / CC BY-NC-SA 3.0)

Os seres presentes na areia têm importante papel no processo de “limpeza” do ambiente. (foto: divulgação / Centro de Biologia Marinha da Universidade de São Paulo / CC BY-NC-SA 3.0)

Ele contou à CHC que as novas espécies recém-descobertas são muito parecidas com outras que os cientistas já conheciam. Para fazer a distinção, Gustavo e seus colegas usaram microscópios com um poder de aumento de até mil vezes, que permitem ver os detalhes externos e internos dos microrganismos.

Apesar de pequenos, os seres da meiofauna têm um importante papel na natureza: além de servirem de alimento para animais maiores como caranguejos, moluscos e alguns peixes, por exemplo, eles também trabalham no processo decomposição de resíduos, contribuindo para manter o meio ambiente limpo. “Sem eles, as nossas praias demorariam muito mais tempo para degradar toda a matéria orgânica depositada por lá”, afirma Gustavo.

Matéria publicada em 30.01.2015

COMENTÁRIOS

  • Anna Elise

    Que legais esses bichinhos!

    Publicado em 10 de fevereiro de 2019 Responder

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Lucas Lucariny

Como bom futuro jornalista, gosto muito de ler, escrever e descobrir coisas novas. Sou fã de séries, filmes, futebol, música boa e, é claro, ciência!

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