De volta à vida

Já imaginou andar por aí e se deparar com um dinossauro ou outra criatura pré-histórica? Essa é a história do famoso filme ‘Parque dos Dinossauros’, onde cientistas usam o DNA preservado desses animais para fazer clones. A experiência foi um sucesso na ficção, mas tem eco também em pesquisas reais: vários cientistas ao redor do mundo tentam trazer de volta à vida animais extintos.

Pesquisadores australianos anunciaram ter conseguido obter em laboratório embriões de uma rã muito estranha que não existe mais há 30 anos. O animal, que habitava as montanhas australianas, sumiu da face da Terra e não se sabe se foi pela ação humana que degradou o seu ambiente ou por causa de alguma doença que atacou a espécie.

Cientistas pretendem clonar estranha rã extinta que dava à luz filhotes pela boca (Foto: Mike Tyler)

Cientistas pretendem clonar estranha rã extinta que dava à luz filhotes pela boca (Foto: Mike Tyler)

A rã, chamada Rheobatrachus silus, era no mínimo bizarra. A fêmea da espécie engolia os seus ovos e os chocava dentro de seu estômago. Imagine o nascimento dos filhotes: eles saiam pela boca da mãe!

A técnica usada pelos cientistas para tentar ressuscitar a rã é conhecida – a mesma consagrada com a criação da ovelha Dolly, o primeiro clone mamífero. Os pesquisadores implantaram células da rã extinta dentro de ovos sem núcleo de outra rã parecida, a Mixophyes fasciolatus. O experimento foi possível porque os cientistas tinham um exemplar da estranha rã congelado dentro de um freezer Universidade de Nova Gales do Sul, na Austrália.

Apesar de simples, o experimento ainda não vingou. Os embriões obtidos não sobreviveram mais que alguns minutos. Porém, os cientistas acreditam que, em breve, vão avançar na pesquisa e conseguir que os embriões se desenvolvam e deem origem a rãs. “Estamos muito próximos de ver um girino, é uma questão de tempo”, diz o biólogo Michael Archer, líder da pesquisa. “Estamos de dedos cruzados”.

Os pesquisadores conseguiram obter embriões da rã em aquários e continuam as pesquisas para chegar a girinos (Foto: Tarquin/ Wikimedia Commons)

Os pesquisadores conseguiram obter embriões da rã em aquários e continuam as pesquisas para chegar a girinos (Foto: Tarquin/ Wikimedia Commons)

De mamutes a dodôs

Além dessa rã, outros cientistas pelo mundo tentam ressuscitar por meio da clonagem mamutes, dodôs e preguiças gigantes. Muita gente gostaria de ter a chance de ver de perto esses animais exóticos. Mas, além de saciar nossa curiosidade, que utilidade tem a clonagem de animais extintos?

Para Michael, a técnica é uma forma de preservar o meio ambiente. Ele pretende soltar os clones de rãs na natureza para restabelecer a população desses animais nas florestas australianas.

Outros cientistas, como o biólogo geneticista Fabrício Rodrigues, da Universidade Federal de Minas Gerais, no entanto, não concordam com a ideia de Michael e afirmam que trazer de volta a vida animais que não existem mais pode trazer riscos.

“O ambiente atual não é mais o mesmo vivido pelas espécies extintas e isso pode resultar tanto em nova extinção da espécie clonada quanto na extinção de outras espécies que habitam o ecossistema”, diz o pesquisador.

A Rádio CHC também já comentou esse tema. E você, o que pensa sobre essa questão?

Matéria publicada em 10.04.2013

COMENTÁRIOS

  • Anna Elise

    Concordo com Fabrício Rodrigues, talvez esses animais vão trazer problemas para o ecossistema de agora!

    Publicado em 2 de junho de 2019 Responder

Responder pergunta Cancelar resposta

Sofia Moutinho

Curiosidade é meu lema! Desde pequena busco respostas para as perguntas mais intrigantes. Melhor que estar por dentro da ciência, só compartilhar com vocês esse conhecimento!

CONTEÚDO RELACIONADO

Um mergulho com os peixes

Acompanhe o final da aventura de Rex, Diná e Zíper e suas descobertas no fundo do mar.