Sabe quando você coleciona um álbum de figurinhas e nunca consegue aquele adesivo especial? Pois era esse o sentimento do paleontólogo Fabiano Iori: ele procurava, procurava, mas não encontrava o que queria. Até que, um dia, oba! Surgiu a figurinha tão esperada. Mas não em pacotinho de papel, e sim numa formação rochosa no interior de São Paulo.

A figurinha rara de Fabiano é o fóssil do Caipirasuchus paulistanus, uma espécie de crocodilo totalmente desconhecida até ser encontrada pelo paleontólogo e seus colegas da Universidade Federal do Rio de Janeiro. O animal viveu em terras brasileiras há mais de 85 milhões de anos.

A nova espécie tinha olhos grandes e as narinas na parte da frente da face (Foto: Divulgação)

Os cientistas encontraram o crânio e parte do corpo do animal em um local conhecido como Bacia Bauru, um dos sítios paleontológicos mais ricos do país.

Diferente dos crocodilos que vemos no zoológico ou na TV, este animal é pequeno, com olhos grandes na lateral da face e narinas na parte da frente. Já seus dentes são transversais, têm formas diferentes e estão posicionados nas laterais e no centro da mandíbula.

Todas essas características indicam que este crocodilo pré-histórico se alimentava de vegetais, carne, raízes duras e até mesmo moluscos, além de ser terrestre, ágil e com capacidade de percorrer longas distâncias.

A ilustração mostra como os cientistas acreditam que era o ‘Caipirasuchus’ (Ilustração: Pepi)

O nome do animal também é uma novidade. Caipirasuchus é uma homenagem a um ator brasileiro do tempo do seu avô e que levou o caipira para as telas do cinema: Amácio Mazzaropi.