Conheça um centro de lançamento de foguetes de verdade!

Você ouve falar em lançamento de foguetes e… Pronto! Logo imagina uma nave dos Estados Unidos rumo ao espaço, ou a contagem regressiva que assistiu em um filme de ficção científica. Aposto que nem desconfia que há um lugar no Brasil em que você não só pode participar dessa contagem, como também coordenar o lançamento de um foguete de verdade!


Inaugurada recentemente no Centro de Estudos do Universo (CEU), em Brotas (SP), a primeira base de lançamento de minifoguetes é um local onde você aprende conceitos de astronomia brincando! Lá, além de receber explicações sobre o mecanismo dos foguetes, a participação brasileira no espaço e a Estação Espacial Internacional, você participa de uma atividade que tem como objetivo projetar um minifoguete!

A base está dividida em duas partes: a rampa de lançamentos, de onde saem os minifoguetes, e a casamata — lugar que tem revestimento de vidro à prova de bala, teto com grades de proteção, arquibancadas e bancos, de onde se pode assistir ao lançamento e acompanhar a trajetória do minifoguete. Lá dentro, há um pequeno painel de controle com um botão de ignição, responsável por ativar o lançamento; uma sirene, que toca antes do foguete partir; e um alto-falante, de onde se faz a contagem regressiva.

Logo que chegam, os visitantes (no máximo 74 pessoas) são divididos em seis grupos. Cada membro recebe uma função. O diretor de lançamento será responsável por todo o procedimento e dará a palavra final sobre o foguete. O locutor é o encarregado por um dos momentos mais emocionantes do dia: a contagem regressiva!

Em seguida, chega a vez do ignitor entrar em ação! É ele quem aperta o botão que faz o foguete subir. Dois oficiais de segurança cuidarão para que todos estejam protegidos dentro da casamata antes do lançamento. Os demais participantes integram a equipe de resgate, que irá buscar o foguete após a queda.

Minifoguete usado em testes na base de lançamento

O minifoguete tem 35 centímetros de comprimento e pesa aproximadamente 100 gramas. Seu corpo é feito de tubo de papelão reforçado, contendo pólvora. Um fio o liga ao ignitor da casamata. Ele sobe aproximadamente 300 metros de altura e há duas opções para sua queda.

A primeira é deixá-lo cair livremente — o que ajuda a estudar queda livre. Nesse caso, ele cai de bico e se destrói por completo. A equipe de resgate vai então até o local da queda e leva os destroços para que o restante do grupo veja o que aconteceu. A segunda opção é acoplar um pequeno pára-quedas ao foguete. Nesse caso, o pára-quedas é ativado no momento da descida e o foguete cai no chão sem maiores danos. A equipe vai até o local e recupera o foguete ainda inteiro.

Mas engana-se quem pensa que a atividade é feita só por diversão! As crianças recebem uma planilha que descreve todo o roteiro do lançamento. Ela deve ser preenchida e, ao final do processo, todos são convidados discutir os resultados e tirar suas conclusões sobre o significado daquela experiência. Como última opção, os grupos podem se dirigir ao anfiteatro do CEU, para assistir a uma apresentação em vídeo contando a história dos foguetes e a participação brasileira na pesquisa espacial.

Oficinas interativas
O professor João Paulo Delicato, especialista em astronomia, é o coordenador da oficina de lançamento de minifoguetes. Ela faz parte de um projeto que inclui mais quatro oficinas interativas, criadas com o objetivo de auxiliar no ensino da astronomia. A base de minifoguetes leva o nome do astronauta brasileiro major Marcos César Pontes.

Além de ser uma homenagem, o objetivo dessa nomeação é fazer as crianças conhecerem melhor o primeiro astronauta do Brasil. “Acho que as crianças brasileiras devem ter outros ídolos além dos jogadores de futebol”, diz João Paulo. “O major Pontes deve ser reconhecido não só por ser o único astronauta brasileiro, mas também por ser um exemplo para as crianças de que se é possível chegar lá.”

Conheça as oficinas interativas oferecidas:

Mundos vivos
Esta oficina foi criada para estudar o Sistema Solar. Os alunos são divididos em seis grupos, nos quais cada um recebe um colete especificando o que ele representa dentro do Sistema Solar: Sol, planeta, asteróide. Os grupos formam uma fila em frente a um painel com seis botões. Pronto! É hora de João Paulo lançar as perguntas: “Que venha o maior planeta!” Os grupos têm que se apressar para que a criança que representa Júpiter em seu grupo corra e aperte primeiro o botão. E por aí vai…

Destino estelar
A criançada se diverte com um painel eletrônico que ensina as partes da evolução das estrelas. Primeiro ela é nebulosa, depois uma proto-estrela e por último se torna uma estrela. Mas divertido mesmo é descobrir de onde vêm os buracos negros e como eles se formam…

Céu na régua e compasso
É a oficina em que a criança aprende sobre a geometria cósmica, ou seja, que posição os planetas, astros e estrelas ocupam no universo. Meninos e meninas podem se divertir ainda mais montando um relógio de sol — e levando-o para casa!
Outros mundos
Nesta oficina, o objetivo é criar um planeta imaginário utilizando como material cartolina e lápis. Eles devem escolher um nome para esse planeta e cinco elementos que o caracterizem. Depois, é hora de criar um ser para viver nesse planeta. Cada grupo apresenta sua idéia diante da turma. Será que todos lembram que a vida depende de certos elementos, como água e ar?

Oficina de Foguetes – Centro de Estudos do Universo
R. Emílio Dalla Dea Filho, s/n, Campos Elísios, trevo de acesso para Brotas/SP.
Tel.: (11) 3812-2112 ou (14) 653-4466.
Na internet: www.centroastronomico.com.br
Interessados devem agendar previamente data e horário da visita (a combinar). R$ 12 por criança

Matéria publicada em 23.07.2002

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Sarita Coelho

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